Tarde, tarde do dia, tarde da noite, mas ainda estamos pela tarde
Memórias e memórias, olho para tantos rostos
Mas, não reconheço nenhum, apenas, rostos
Olhe para o copo, para o fundo dele, enquanto a bebida acaba, escuto o rádio "hoje irá chover"
Me vejo meio abstrato, como uma pintura usando tinta amarela
Vozes, vozes vem da televisão, que cansativo é esse mundo
"Qual o seu nome? Para quem você trabalha? Quem é você de verdade?"
Ah, faça silêncio, você se torna mais superficial que uma folha rasgada
Deixado, escanteado, olhe para mim, apenas um homem tentando aproveitar sua tarde
Não preciso, não preciso de bajuladores
Eu vejo a realidade, não fujo dela, mas, meu amor, as vezes me pego sentido saudades
Mas, assim que eu durmo, esqueço de você, apenas lapsos de memória
Fragmentado em um mundo ondulado, hoje vai chover pela noite
Pessoas começaram a discutir no bar, acho que irá ter sangue, suor e dor
Qual o sentido de bater em alguém que não conheço? Apenas para aliviar minha frustração? Por que eu iria comprar uma briga? Apenas para tentar ser alguém além de mim?
Me dá pena de quem tem esse raciocínio
Abra a porta do carro, estamos em 2003, amanhã é outro dia
Ligue o carro, esquente o motor, sinta o ar cortando seu rosto
É tarde e está chovendo, está chovendo uma melancolia dentro de mim
Mas, tanto faz, eu nem ligo mais, hora de voltar, porque eu já nem tenho mais uma identidade....nem sei quem sou....
- Autor: Lucas F. (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 22 de março de 2023 13:43
- Comentário do autor sobre o poema: Lil Dusty G - Identities
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 9
Comentários1
Gotas de realidade. Confusão mental própria de nossa ( in) conviviabilidade humana. Solidão no meio da multidão. Tudo isso me passou seu poema! Bravo!
Sim, quis repassar isso. Muito obrigado por ler!
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