Ao longe, ele avista sua presa.
Discretamente se aproxima,
Voando pra árvore mais próxima.
Observa atentamente cada movimento.
O outro passarinho, um tanto menor,
Parece desconfiado, mas não o vê.
Logo, o pássaro se distrai com outra coisa.
O gavião arquiteta o plano perfeito em sua mente.
No momento certo, prepara suas garras e leva sua vítima.
Mais uma criatura desatenta capturada,
Mais uma em suas garras fortes e cruéis.
Cruéis? Não! Ele faz isso pra sobreviver.
O pobre passarinho, tão bobo e inocente...
Uma choca listrada, pequena e alegre.
Agora, triste e desesperada, nas garras do gavião.
Me vi no passarinho, em sua ingenuidade.
Acho que sempre sou a presa, nunca o predador.
Por isso, tanto admiro os gaviões.
Queria ter garras, ser o caçador pelo menos uma vez.
Ou conseguir mudar o fim da história, fugir, voar pra longe.
Mas sempre que tento escapar, é nos seus braços que eu venho parar.
- Autor: Venus (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 23 de fevereiro de 2023 00:11
- Comentário do autor sobre o poema: Eu sempre estou com essa sensação, de que sou o passarinho pequeno e delicado, que caiu do ninho e foi capturado. Queria me sentir, pelo menos uma vez, esperta e ágil, como um gavião.
- Categoria: Natureza
- Visualizações: 9
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