Afogado

Watafakovisk

Uma madrugada, o meu estomogo acorda ardendo, eu viro de barriga pra cima começo a respirar. Eu lembro de como era ser amado, na real eu não lembro bem, eu não sinto essa porra nesse momento, isso é importante eu não sei… não tenho como sustentar um amor numa vida onde nem me sustento… alias oque de importante tem em mim? falo errado, confundo as pessoas, e não consigo ser sincero nem com você que eu amo, alias nem comigo eu consigo. Levanto e sento na minha cama, passo a mão na minha barriga e ascendo um cigarro, volto a chorar pela minha ilusão. Eu nunca te vi mas são suas palavras que mexe em mim, nada que você fala é sobre mim, mas eu sinto a mim nas suas palavras, idiota e narcisista, sim o maximo que sou é isso. Mais tragos de cigarros, mais memorias resgatadas. A forma que tu me toca com as suas falas me faz resgatar o tempo que eu não era cego, oque preciso te oferecer um pedaço de minha pele? Um pedaço de mim pra sereia que me afoga. Levanto da minha cama sento em frente ao meu computador, escrevo, choro, relembro, soluço, corro, vomito… vomito… maldito estomago.

Volto pro mesmo lugar após um copo da água, do meu lado esquerdo tem livros, um sobre alguém que tem fome, outro sobre o absuluto de Deus e o Estado, o outro em resumos deescreve oque nos oprimi, o outro o manifesto, e por fim o imperalismo, e a outra crise. Crise… sim crise… um diluvio mecanicista, que diz purificar a vida de uns em troca da vida de outros. Odeio o discurso da crise, você não é muito mais que Deus, aliás se a substancia da carne que eu arranco em meus dedos tivesse Deus não sentiria dor agora. Com um cutelo em cima de uma tabua de cortar carne arranco meu indicador, coloco em uma caixa azul, embrulho com uma fita laranja e escrevo uma carta e lhe dou de presente. No recado diz: não preciso mais indicar, apenas mudar aquilo que se faz presente, como o amor que você vê em mim so existe aqui dentro da minha cabeça, eu prefiro adentrar a mim mesmo e a me devorar, é errado te querer? minhas pernas mexem, enquanto meu corpo pendurado em uma corda balança, o pendulo de mim, o suicidio egoista.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  • Autor: Vagabundo (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de fevereiro de 2023 05:31
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5
Comentários +

Comentários1

  • Lisemarie

    Bom dia!
    Intensas linhas! O "querer" tem dessas coisas. Não o dominamos, nem quando o sabemos. Se adona de nós a qualquer tempo e lá se vão as nossas certezas.
    Ainda bem que existe a escrita. Assim podemos extravasar o que nos vai na alma!
    Felicidades!

    • Watafakovisk

      bom dia ! o querer nos mata, mas vencer a si mesmo é o primeiro passo pra sair da bolha, valeu pelo comentario



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