Zera o Tempo

Jose Kappel

 

o rumo é atrevido

e parado,

a paz é suspeita,

a dor agrura,

de todos os lados.

 

meias-paredes,

fazem aparentes cortinas,

zanzanadas pelo tempo.

 

longo tempo de balbuciar

ao vento.

 

eu, agora cá,

amorfo entre os lençóis

sancristos,

penso o que é a

vida

senão açoite !

 

os milagres

estão

em descréditos,

pois viraram

forma de

poder.

 

pelas longas

horas de saber

a vida me ensinou,

lenta e vagorosa,

que os homens

 são

totalmente

iguais

mas extremamente

desiguais.

 

surgem entre

o desejo

de ser rei

e temem

pelo medo

de não

serem reis.

 

ah! mil léguas de dor!

traídas pelo tempo!

 

cujo hora

tem nome:

é medo.

 

o corretor

de guerras

teme os

alheios,

e os visigodos,

pois podem perder

a marmita de

ouro

que lhe são entregues

todo o tempo.

 

perco a hora

mas não perco

pela honra !

 

e zera o tempo,

e faz costume

dos lindos

pelas areias

perdidas !

 

no roçado de minha vida

não há mais

chegadas,

não há mais saídas.

 

o que tenho de fazer

na volta e na ida

é zerar o tempo.

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de janeiro de 2023 05:28
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7


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