NO
ANALFABETOS
Chico Lino
Sabíamos o formato Terra
Não sabíamos
Sua cor
Vista do espaço
Galileu Galilei descobriu
As luas de Saturno
Fome
Sobre alvo algodão
Com caroços
De negro feijão
A fome cresceu
O negro feijão
Desapareceu
A fome
Nao
Por que fome
Não foi escrita
Com caroços de arroz
Saberíamos depois
Não sabemos ler
Vamos à faculdades
Fazemos mestrados
Doutorados
Especializações…
Aprendemos línguas
Deciframos hieróglifos
De povos extintos
Estudamos
juntamos vogais e consoantes
Mas não sabemos ler
Folhas
Barragens caem
Rios transbordam
Com minério condensado
Secas e inundações
Sondas espaciais
Peneiram o espaço
Com discos de ouro
Sons de todas as línguas
Procuramos vida
Fora da Terra
Mas não sabemos ler
Uma orca
Após interagir
Com mergulhadores
Foi encontrada morta
Em Nova Almeida-ES
Em seu interior
Encontramos muito plástico
Algo como um tapete de carro
Está evidente
Não sabemos ler
A Natureza
E nosso analfabetismo
Vai nos levar
Ao destino da orca
Do Espírito Santo
- Autor: Chico Lino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de dezembro de 2022 00:56
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 63
Comentários4
Você é o melhor, pai! Piano…
Poema de grande valor, Chico Lino.
Parabéns!
Muito bom. Parabéns Chico Lino.
É sempre provocante sua poesia.
Abraço
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