Olhe pela janela, a neblina tomou conta
Olhe para suas mãos, elas estão tremendo
Não há fogo, não há como se aquecer, minha alma congelada...
Porque era o inverno que tinha chegado naquele dia...

Barulhos do lado de fora, ou é dentro da sua mente?
Enterrado pela neve ou pelos seus pensamentos?
Congelando aos poucos, até perder os sentidos 
Os pesadelos fazem frio na sua espinha

1,2,3, conte outra vez, o barulho do relógio 
Dentro da sua mente, tic tac, tic tac 
Casa de madeira rangendo, o caçador saiu para pegar a caça 
E ele não vai voltar, 1,2,3, conte as balas outra vez

Observe meus olhos, no meio do inverno, negros eles se escondem
Há dias que eu vivo, há dias que eu sobrevivo
Escale até o alto para depois cair, cuidado com a queda, o chão não é macio 
Esculpi as promessas nas árvores, um sinal, galhos quebrados, mas tudo o que vejo é neve

Será que as pessoas tem medo de olhar para dentro delas?
Será que você consegue ver além de você mesmo?
Sim, é um raciocínio interessante, eu sei quem eu sou, você sabe quem é você?
Está sentado a tempo demais na cadeira, a madeira já apodreceu, as coisas vão ruir...

Respiração fria, o sol parece que não vai voltar tão cedo
Inverno rigoroso, nevasca que não tem fim 
Camisa longa roxa, cabelos longos marrons, olhos verdes, eu espero que seus lábios...não fiquem azuis
Se eu te dissesse que vejo fantasmas? Se eu disser que sou mais do que eu aparento? Você ainda me olharia de forma meiga? 
Eu me lembro de tudo, inclusive, do inverno, naquele dia.....