Roberto Ornelas

O Natal, a Fantasia e a Realidade

O Natal, a Fantasia e a Realidade

 

Está na hora de dormir, menino, Papai Noel não vai deixar seu presente em sua cama, dizia minha mãe enfática.

 

Lembro vagamente destas palavras, enquanto ela dava os últimos retoques na casa e na nossa Árvore de Natal verde-escuro, ainda conservada apesar dos anos, com suas bolas multicoloridas penduradas e vários outros enfeites, estávamos nos preparando para a noite de Natal, curioso, para mim tudo era novidade ao longo dos meus cinco anos, quanto tempo já se passaram… meu Deus!

 

Para não correr o risco de não ganhar meu presente escolhido eu ia dormir, nem sempre Papai Noel ouviu minhas escolhas, talvez tenha esquecido… afinal ele tinha outras crianças para lembrar. Quando chegava o dia tão esperado, eu acordava com meu presente na cama embrulhado no papel colorido, não necessariamente colorido. Levantava eufórico radiante para abri-lo, adentrava ao quarto de meus pais para mostrar meu presente e meu pai me olhava satisfeito, cumpriu seu papel, sorridente pela minha ingenuidade, eu era só alegria e meus irmãos mais novos também.

 

Hoje parece que está fantasia já não é mais praticada, são poucos os pais que conservam este ritual, esta tradição, as crianças hoje recebem os seus presentes bem antes do dia em questão, estregue na própria loja, sem aquela expectativa peculiar, o mistério, a fantasia..., são novos tempos, as crianças estão deixando de ser crianças muito cedo, o que é uma pena.

 

Enfim, é a fantasia dando lugar a dura realidade, hoje se eu pudesse pedir um presente ao Papai Noel, pediria um Kit Esperança recheado com amor, saúde, paz, solidariedade… e tudo de bom que ele (Kit) pudesse nos trazer, de quebra pediria ao Papai Noel para dar uns belos conselhos aos políticos brasileiro, para serem menos gananciosos, menos corruptos… tendo mais atitudes digna e exemplar, trabalhando mais em pró do nosso povo e do que pelo seu bolso e bem-estar próprio.

 

Trabalhando por um Brasil melhor e respeitado, não tentando esconder a sujeira em baixo do tapete e sem querer mostrar ao mundo que somos um povo feliz, mesmo com toda essa vergonha, pois não compactuamos com essas atitudes e ideais… talvez não esteja pedindo um presente e sim um milagre, que seja então um milagre.

Desejo de todo coração um ótimo Natal a todos e um próspero ano novo, “Realmente Novo”.

Roberto Ornelas
 
  • Autor: Roberto Ornelas (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de Dezembro de 2022 18:53
  • Comentário do autor sobre o poema: Tempo bons.
  • Categoria: Fábula
  • Visualizações: 7


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