Corpo de Vestir

Jose Kappel

Tenho luz de disfarce,
comodato de três quartos;
num, farelo solidão,
noutro me perco de fanfarrão!

 

Pois olho que te falo:
Solidão é coisa braba 
bate e atarracha melros.


Por isso tenho luz e disfarce:

numa ora sou pó de varrer,
noutra, choro até escurecer,
tanto lá,
como cá,
na fase negra da Lua
na sombra eterna do Sol.

 

Primavera que é bom
veio uma vez aqui.

 

Agradeceu de bom agrado
e imaginou:
que faz esse homem?
perdido dentro de si mesmo,
sem ter ao menos
um corpo de vestir !
 

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de dezembro de 2022 07:53
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.