mobília
aonde estão os meus amigos
agora que estou sozinho fazendo parte da mobília
só uma vida vazia
se vou usar os meus sentidos nesse caminho as cegas
vivo na corda bamba e o que me resta é o equilíbrio
nem sei se sou o alvo ou se sou a mira
às vezes falo alto e muitas vezes fico mudo
às vezes mudo tudo e fico no mesmo lugar
tento respirar ou contar ate dez
até mil , sei lá
para que cavar trincheiras se o inimigo esta ao lado
fica visível no espelho ao carregar comigo os meus fardos
me assombra o dia inteiro e calça os mesmos sapatos
por que tapar meus ouvidos se as vozes vem da cabeça
fica o dito pelo não dito sobre todo o peso de cada incerteza
já nem sei se estou certo disso
já nem sei
já nem sei encaro ou desisto
mais sempre carrego uma venda se eu precisar ir para o muro
preparar
apontar
fogo
me de um cigarro
me retiro do jogo
- Autor: Flavio Eduardo Palhari ( Offline)
- Publicado: 19 de dezembro de 2022 11:36
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.