Entardecer pálido, a noite provém do nosso reflexo
Serenata virou o desfecho dramático de um amor não correspondido
Da sacada de Belas Artes fazendo a própria pintura
Pincel de vários tamanhos, lugar bagunçado, verdadeiro artista aperece

Um olhar apático em um som melodramático 
Há cicatrizes no rosto, corpo, mãos....
Chá gelado, já perdeu a temperatura 
Os paradigmas da arte foram embora junto com o sangue...

A dedicação, nem sempre vai ser vista, a verdadeira beleza, nem sempre vai ser conhecida
Pássaros, sementes, chão, banco, praça 
Andando nas folhas secas em busca de inspiração 
Quanto mais olha o lago, mais se afunda dentro de si mesmo

Final de noite, a obra não acabou, o sono chama
Banho gelado, calafrios pelo corpo, ainda estou saudável....
Se ela esquecesse o amor que recebeu, ele ainda teria amor para dar?
Não faz sentido, não precisa ter sentido, pinturas abstratas são valiosas...

Deitado na cama, olhos para o teto, a vida se passa sem ser retratada 
Se meu olhar fosse uma câmera, seria fielmente refeita
Mas, eu fico me indagando, não me importa em ser famoso...
Somente pintar me faz bem, artista não sei ser, quero ser um quadro sem moldura....