Barroso

Tarde de Se Pôr

São muitos os toques, os cheiros
os dias, os beijos, as carícias

há de se dizer que são muitas as memórias
me transpassando a mente
invadindo o mais fundo espaço de mim
e me fazendo remoer um passado... de tristes ternuras

doce como a tua boca
naquela antiquissima tarde
doce como as cores do céu
naquele fim corrente à tarde
doce como o algodão doce comprado
como as finas fitas separadas d'água
caindo pesadas e batendo leves no solo

uma chuva que não se esperava por certo

porque o firmamento lá no seu horizonte
tinha um amarelo-vermelho-alaranjado de potências
e um sinal de que iria se pôr o sol de maneira pacífica

mas decidiram nos mandar gotejo, molhado
cair de nuvens
e eu te olhei, nós sentados na grama 
que a cada segundo ia se encharcando
nós atados com as mãos se aproximando
o medo de querer se esvaindo com a tarde
e então tua mão atando um nó na minha

te olhei, o teu rosto atento a ver o sol se pôr
o teu rosto de lado, metade, como era lindo!
como era doce!
e eu torpe desejei que o momento fosse eterno,

viraste, e os teus olhos eram claros como a luz
exatos como os números
eu te amo, disse o silêncio da tua voz
eu te amo, disse a roquidão da minha
resolutos, mas não mais amedrontados

naquela antiquissima tarde, nos beijamos
não queríamos mais nada a não ser um ao outro.
te amo.

  • Autor: Barroso (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de Dezembro de 2022 15:41
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 6


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