Roberto Ornelas

Seu Olhar

Seu Olhar

 

Eu a desejei desde a primeira vez que a vi, foi paixão a primeira vista, um desejo incontrolável e arrebatador, que dava calafrios, um tesão nunca sentido por uma mulher, era todo vigor, apesar dos quarenta e cinco anos, era um adolescente no cio, querendo acasalar.

 

Ela era linda, com roupas ousadas e colada ao corpo, provocante, deixando a imaginação fluir em meus desejos obscenos, seus cabelos negros soltos ao vento, suas unhas bem feitas denunciavam uma tigresa pronta para agir, que deixaria sua presa a seus pés, sem energia, esgotada em seu belo prazer. Com um andar provocante e sensual ia tirando suspiros dos homens ao seu redor, mesmo aqueles mais fieis…

 

As mulheres a olhava com inveja e certo desprezo, quase mortal. Eu não conseguia disfarçar meu deslumbramento e minha euforia perante aquela fêmea deslumbrante e sedutora, que exalava seu perfume, intimo pelo ar, ela estava pronta para o galope rumo ao pódio, à glória, o êxtase sexual. Que beleza contagiante, pensei, como era lindo vê-la passar, ou melhor, desfilar, com sua cor de jambo maduro, para ser saboreado, morena tropicana.

 

Rosto de anjo, mais com um sorriso malicioso e pecador, corpo bem distribuído, uma bunda roliça e empinada, discreta, mais desejada, que certamente bailaria a cada estocada, galopando em seu dorso, seguro as rédeas dos seus cabelos, eu sonhava acordado, que delicia de pecado.

 

Eu a olhava insistentemente, quase a comendo com os olhos, mas ela me evitava desde o primeiro momento, algo a incomodava, mais eu não sabia o que era, talvez pela sua timidez, apesar te todos os seus dotes e segurança, algo mexia com ela.

 

Ela sabia das consequências do encontro dos meus olhos, com os seus, que certamente expressariam todos os meus pensamentos obscenos de desejo. Dizendo eu a quero para mim, neguinha, quero possuí-la, conhecer suas profundezas do prazer. E seus olhos enfim me encontrou, brilhando de desejos e cumplicidades, a paixão era visível, o pecado já era previsto, foi inevitável.

 

Eu ainda consigo ouvir o seu sorriso, as suas gargalhadas, às vezes quase infantis que me fascinava, ainda ecoam em meus ouvidos, misturados aos suspiros de prazer e orgia.

 

Ainda consigo ver seus olhos negros, brilhando de paixão, sorrindo maliciosamente pelo canto dos lábios pecadores.

 

Eu ainda imagino o seu andar sensual e provocante, que me tirava a paz, exitado-me, me deixando morrendo de ciúmes.

 

Consigo imaginar seu corpo macio, tremulo e quente, moreno junto ao meu, só é fechar meus olhos fortemente, com seu perfume natural e sufocante, eu estava ardendo de paixão e desejo.

 

Eu nem sonhava amar daquele jeito… mais amei em êxtase e acho que continuarei...

 

Roberto Ornelas

 

  • Autor: Roberto Ornelas (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de Novembro de 2022 09:31
  • Comentário do autor sobre o poema: Uma paixão instantânea, que deveria ficar... Mas não vingou.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 15


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