JOHNNY11

Deixa arder

Até a tua sombra te abandona no escuro
Sozinho sem ninguém entras em parafuso
Dás voltas e voltas ao assunto
Chegas à conclusão que mais vale perder um minuto na vida que a vida num minuto
Hoje criança amanhã um adulto
A usas como escudo
Pois para ti as crianças são o melhor do mundo
 
A vida prega-te com cada susto
Quando pregas a fundo
Em torno dos arbustos
Não te metas em apuros
Mas também não sejas tão duro
Não sabes o que te reserva o futuro
Algo de bom eu auguro
Um resort de luxo
Em França Luxemburgo
Estou seguro
 
Contudo não vale tudo
Sê um homem com conteúdo
Com mais pulso e menos impulso
Ao virar da esquina vês um vulto
Que se perdeu, perdeu o controlo absoluto
Queimas os últimos cartuxos
Depois de um dia de são Martinho murcho
 
Tens um trunfo
Para te acalmares usas drunfo
Sempre que tens um arrufo
Permites esse tipo de abuso
Que uma mulher no topo do mundo te coloque no fundo do poço?
 
Deixa arder, eu cá me arrumo
Ou derreter este cubo de gelo
O gelo enxuto e seco
Menos húmido e mais fresco
Enquanto não chega o momento
Eu vou deixar acontecer me fazendo de cego, surdo e mudo
A deixar beber do seu próprio veneno
 
Deixa arder, eu cá me arrumo
Ou derreter este cubo de gelo
O gelo enxuto e seco
Menos húmido e mais fresco
Enquanto não chega o momento
Eu vou deixar acontecer me fazendo de cego, surdo e mudo
A deixar beber do seu próprio veneno
 
Essa eu não engulo
Como assim o mundo está cavando o seu próprio tumulo?
Caminhamos todos no mesmo percurso
Rumo ao canudo
Mas sobretudo rumo ao triunfo
De casaco e sobretudo
Com o coração aos pulos
dizemos sempre que sim aos malucos
Eu como sou do mesmo núcleo
Estão abertas as votações e eu não aceito um voto nulo
 
Acabadinho de sair do Júlio
Vejo um cartaz na paragem de autocarro meio descosido
Procura-se homem desaparecido
Oriundo do submundo
Cujo seu único refugio seja o esgoto imundo
Então eu misturo a água com o vinho
E espero para ver qual o resultado final
Eis que descubro que entre a água e o vinho, não me misturo
Que o vinho não combina com a água e vice versa
Que água e vinho juntos causam controvérsia
 
Deixa arder, eu cá me arrumo
Ou derreter este cubo de gelo
O gelo enxuto e seco
Menos húmido e mais fresco
Enquanto não chega o momento
Eu vou deixar acontecer me fazendo de cego, surdo e mudo
A deixar beber do seu próprio veneno
 
Deixa arder, eu cá me arrumo
Ou derreter este cubo de gelo
O gelo enxuto e seco
Menos húmido e mais fresco
Enquanto não chega o momento
Eu vou deixar acontecer me fazendo de cego, surdo e mudo
A deixar beber do seu próprio veneno
 
Essa eu não engulo
Vaso ruim não quebra
Então se levar adubo
Ainda fica com mais técnica
As emoções estão ao rubro
é melhor mudar de estratégia
Antes que eu me sinta menos que
 
Menos que o outros
No meio de um grupo
Em que eles ficam com os louros
Colhendo os frutos
Que eu semeei com tanto esforço
Não é justo
Isto é fazer pouco
 
Não é à bruta
Que tu consegues
É tendo boa conduta
Não sei se percebes
O que tu queres
A verdade nua e crua
O que tu vestes é a camisa do rap
Com amor e muita
 
Ouvi dizer que eu não me preocupo
Que há muitos anos que vivo a minha vida
A verdade é que eu uso e abuso
Abuso e uso a minha
Circula por aí que eu sou entre muitos
O orgulho da família
Devem ser os únicos
Que veem em mim aquela oportunidade que não aparece todos os dias
 
Deixa arder, eu cá me arrumo
Ou derreter este cubo de gelo
O gelo enxuto e seco
Menos húmido e mais fresco
Enquanto não chega o momento
Eu vou deixar acontecer me fazendo de cego, surdo e mudo
A deixar beber do seu próprio veneno
 
Deixa arder, eu cá me arrumo
Ou derreter este cubo de gelo
O gelo enxuto e seco
Menos húmido e mais fresco
Enquanto não chega o momento
Eu vou deixar acontecer me fazendo de cego, surdo e mudo
A deixar beber do seu próprio veneno
  • Autor: JOHNNY11 (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de Novembro de 2022 13:56
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 13


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