santidarko

O segredo de um pequeno quarto dos fundos

Rua Wídel...

Vielas enegrecidas por uma escura noite,---acometidas também---,pelas falhadas luzes que incorporam os  mortos-postes da rua!

[* Postes tortos nas calçadas,sem uma devida manutenção!}

 

"ESQUECIDOS"!

 

Uma fina chuva ,que mostra-se pelo contraste de uma acesa luz externa----de uma casa, que anseia espantar escuridão de sua fachada e, afugentar visitantes ,que usufruem da manta-noite para adentrarem com malícias e más-colocações em seu interior.

 

Eu demorara demais,para sair da casa de meu amigo.

Fora,eu, o último a sair do pequeno festejo natalício.

 

De uma forma encenada,lapsa,eu demonstrara perder os passos das horas.

 

Rejeitara inúmeras caronas,devido a um expecto de minha parte...

----Conhecer de uma forma mais particular,a irmã do anfitrião da festa.---

 

Porém,para meu desalento e declínio imaginário,ela resolvera pousar na casa de seu irmão.

[*Minutos antes,do aguardado convite, para juntar-se a ela na ida partida!]

[*Em seu simples,mas útil carro]

 

 

Não poderia oferecer-me de uma forma abrupta,permanecer lá!

----Na casa de meu amigo,após sua "íntima comemoração" de aniversário------

 

A casa em questão,tinha pouco espaço e ,muitas pessoas.

Seus moradores e...agora,mais uma visita!

 

Sua convidada irmã!

Que recentemente,viera trabalhar no jornal,comigo.

(*Vicissitudes da vida)

 

---O jornalismo,sempre fizera parte de minha vida."Da infância" á minha graduação!---

 

"Pelos olhos de seus moradores,da casa do qual eu supusera á minha partida,"eu soubera, as minhas falas":

-Foi muito bom,mas tenho que ir agora!

 

Reforcei meu entendimento:

-VOCÊS PRECISAM DESCANÇAR!

-EU PERDERA A NOÇÃO DO TEMPO,POR CAUSA DAS BOAS COMPANHIAS E... ÁS EXCELENTES CONVERSAS!

 

[Uma melodia reproduzida por uma caixa acústica,em baixo tom ,devido á hora,cessara!]

 

Claro, que não haveria a objeção de uma afagadora amizade ou um persistente pedido.Como:

-FIQUE;

-FECHANDO A PORTA,TODOS DORMEM!;"seria"a expectada fala-acolhedora,de alguns, entre eles!

 

NÃO HAVERIA, MEDIDO INTENTO- ESPECÍFICO!

 

Hora de ir!!

 

A fina chuva,pousa em minha jaqueta;consigo sentir a umidade atravessando a minha camisa e chegando aos meus ombros.

 

Eu teria que ir, mais adiante,---subir a pequena ladeira,---para tentar chamar um motorista de aplicativo.

Ás duas da manhã ,ou em qualquer horário,assim ,como eu chegara,---seria de fácil-cunho,---estar próximo a uma rua mais conhecida;ou em uma rota de ônibus circulares.

 

-Vou subi-la.

A então...rua Wídel!

 

Caminhando e segurando a minha jaqueta-----fechada com a ajuda de minhas mãos, em meu peito.

 

Estivera um pouco mais ameno o clima... quando eu chegara.

Esfriara de repente,com o chegar desta madrugada.

 

 

"Um desaventurado como eu",tem o espectro da má sorte",sempre como uma piada, em tardes-horas.

{*Um compêndio que eu trouxera consigo,dos quais, escondo minhas "ociosas mãos",no intento de repelir ,qualquer segurar de infortúnios---á mercê em superfícies;

 

...Um prego á espreita ou... uma aranha em seu domínio]

 

A imaginação com o passar dos anos,cogita mais e mais ,apreensões!

 

O vento está balançando um fio do poste e,está fazendo com que ele,o fio,encoste em um outro fio.

Fazendo-o agir----a  um pequeno curto!

 

A lâmpada de específicos postes,estão piscando!

 

Estes pequenos estalos elétricos causam ...uma pequena consternação ,também, aos meus nervos!

 

Não é um bairro rico,CLARO!;

...PORÉM!,não é um bairro ruim!

 

Há bastantes lotes vazios.Alguns, com arame farpado e outros ,com uma cerca de madeira,pontuda.

 

Não é uma "rua nova";apenas  "houvera uma desistência local";pois, a fábrica do qual seria construída,bem próximo  daqui,fora cancelada!

 

Simples... assim!

 

Vou subindo á rua e, minha imaginação começa "a dar seus sinais de pulso".

[-Há nauseantes acontecimentos,dos quais,em um translado-ermo,como este,acontecem hediondos horrores nos interiores dessas casas, ---- e sequer---, tomaremos ciência  sobre o ocorrido.

 

Sobre aparentes,"normais pessoas"!

 

[*Como áquele casal,em uma outra cidade,em um bairro de classe média--- promoviam a venda de bebês]

[*Eu descobrira,em um desses acasos de estar,na hora certa,no lugar errado]

 

Confesso,que estou..."levemente alto"!

Tomara vinho,de uma forma exarcebada."Á minha resistência corporal".Queria ter calma e coragem,para no meio do caminho,dentro de seu carro,"dizer algumas palavras" á Olívia Ava"!

 

VOLTANDO AO PROPOSTO RACIOCÍNIO :

-Á noite,tais encontros "afastados da realidade do dia",revela seus despidos intentos "a nós"!

-No caso,eu,nesta situação de "merecimento-vitimado"!

 

Bom,estou chegando ao cume desta rua,;

...Haveria uma pequena parte plana,antes de começar a descê-la, e chegar a uma das principais ruas do bairro.

 

 

Há uma estranha e ,incomum casa, em seu alto.Ao da rua.

 

Eu a vira mais cedo,quando descera á rua ,antes do anoitecer;ao me dirigir á festa.

"Não tinha dado a ela,o devido respeito"!

 

Não há casas em seu entorno.

A rua está mais escura e,mais intimidadora.

 

Indo em direção ao meu destino,á minha esquerda,há um barranco e um mato alto.

Dá para visualizar do barranco,as luzes ...lá embaixo-----de outras casas!

Um bairro próximo.

 

Aparenta ser,uma casa de estórias infantis.

---UMA CASA MALÉVOLA!----

 

-ESTOU INTRIGADO E... COM FRIO!

 

A lua cheia ao seu fundo,dá a ela,a casa,um ar ainda mais,misterioso.

 

-Um barulho de furadeira,a esta hora?

 

Ninguém reclamaria á polícia,porque não há vizinhos próximos a ela.

 

-Devo informar á polícia?

-Ou deve ser um insone, trabalhando em seu ofício?

 

-Um marcineiro?;

-Um artesão?;

-Um escultor?

 

Não há portão ou muro alto,em sua fachada;

[*A casa em si, é um pouco descuidada financeiramente]

...Eu poderia ir pelo lado e,tentar observar, o que é esse barulho!

 

-"UM GRITO ABAFADO"?;

-Sucumbido!?

 

Aparentara ser de mulher.

 

AH, NÃO!

Despertara os meus sentidos jornalísticos!

 

Vou me esgueirar pelo lado esquerdo da casa.

Com toda calma e, cuidado.

 

-DROGA,O QUE EU ESTOU FAZENDO?

 

-DROGA!

-NÃO VOU ME ACOVARDAR!TALVEZ,TUDO  ISSO QUE ACONTECERA,---EU PERDER A MINHA OPORTUNIDADE AMOROSA,---TENHA SIDO POR UM CONDUTO-DESTINO!

 

É...!

ISSO,MESMO!

[...]

A frente da casa,desta assustadora casa, está escura.

Como se ela estivesse...em um sepulcro-repouso...

 

[...]

Há uma janela lateral,---do lado esquerdo--,como eu havia demonstrado a mim, em meu plano inicial de incursão;----creio que seja... a  de uma sala!

 

[...]

 

Uma rendada cortina está entreaberta.

...É a cozinha!

Hummm...está acesa,mas não há movimentos ou passos.

 

A pia da cozinha está imunda!

Há um gato,em cima da mesa.

 

...Há  também um corredor,do qual consigo observar,pelos buraquinhos desta rendada cortina.

Inteiramente rendada.

De cor branca.

 

Devido á garoa fina, mas em uma contínua quantidade nesta noite,ocasionou ao lugar do qual eu caminhara,uma úmida terra.

Um leve barro.

 

Meu par de tênis,apesar de pretos,estão embarrados.

 

A casa é composta por alvenaria e ,algumas outras partes,de madeira.

Assim como o chão da cozinha... 

...de madeira;

 

...TALVEZ,nesses casos,seria...menos o chão do banheiro,com a proposta-material de madeira.

[*EU,por inúmeras vezes,pensara em ter uma casa,ASSIM!;mesclada por tijolos e madeira.]

 

-"DEIXA PRA LÁ"!

 

Vou abaixado,um pouco mais adiante...!

Por eu segurar em sua parede,a tinta da casa,saíra em minha mão.

Minha mão esquerda está azulada.

 

-DROGA!!

 

-Lá está...,o quarto dos fundos!;

"...-E O BARULHO SUSPEITO"!

 

Atrás ,deste "recém-descoberto quarto",também há um enorme matagal.Árvores altas e,"viscerais"!

 

BEM...

...Parece uma garagem,que fora transformada em um quarto...ou ateliê.

 

-AINDA ...NÃO SEI AO CERTO!

 

Há uma fraca luz,em sua frente..

...Uma arandela,aparentemente velha, como todo este lugar!

Há também,pequenos insetos circundando-a.(*A arandela)

 

Estou perto do quarto...!

Agachado e, movendo-se aos poucos.

 

Droga,"meus cuidadosos passos",e uma câimbra,"colocaram meu joelhos no chão".

Minha calça preferida está marrom,agora.

 

-QUE INFERNO!

[...]

 

...há uma garagem e, é...uma espécie de:meia-água.

Vou devagar...até lá.

 

Estou vendo daqui,da meia-água,a porta de trás da "casa principal".

...Seria,esta então...!,a porta para entrar na cozinha,do qual eu vira  a instantes atrás-----pelos buraquinhos da cortina.

 

Há,outra  velha  arandela e, com uma opaca luz,em cima da porta da cozinha.

 

Tem uma pequena escada de madeira.

-1-2-3,degraus.

[...]

 

"Vou me aprofundar",ainda mais em sentido á garagem.

Observo agora,uma porta localizada, dentro da garagem.

TENHO A CLARA CERTEZA,que esta porta leva ao interior da meia-água.

 

SIM,ISTO MESMO!!

 

...Há uma janela grande,na frente da meia-água;está acortinada.

Uma cortina corta-luz.

 

Vou devagar...em silêncio,até eu ,estrategicamente,colocar-me embaixo dela.

 

Da janela grande e,"bloqueada".

 

 

Há um barulho...como se algo ...se dissolvesse.

Um característico som de:borbulhar.

 

Há também,um sonoro-parecer...como se alguém:

...se debatesse!

 

No lado direito da janela,há um pequeno vão aberto.

Terei que posicionar-me,um pouco mais para a quina da parede da meia-água.

Interpelar, minha abaixada-guarda.

------MINHA,CÓCORAS-----

 

-MINHA NOSSA,quantas ferramentas na parede.

-QUERO DIZER,utensílios médicos...ou algo assim!

 

-Há uma baixa música tocando.

-Parece algo antigo;-como áquelas canções dos anos sessenta.

-Mulheres nos vocais e tristes melodias!

 

-Parece que alguém está dando murros na parede.

A parede em questão é de madeira.

 

-DROGA,NÃO HÁ SINAL DE CELULAR AQUI!

-MAS QUE DIABOS?

-POR QUÊ?

 

-QUE DIABO DE LUGAR,É ESTE?

 

Tem um cachorro na "casa principal"!

Ele começara a latir com meus movimentos.

-----Meus silenciosos movimentos--------

Aonde estava esse infeliz,que não me me vira antes.

-"BELO"CÃO DE GUARDA!

 

-Porcaria!;...ele está com o seu fucinho por debaixo da porta e fazendo barulhos respiratórios; intercalando com latidos estridentes!

 

Quem estivera dentro da meia -água,começara a produzir passos com um grosso coturno ;e agora,dirigira-se á porta que estava acobertada pela garagem.

 

Talvez se eu fugir para os fundos da meia-água,eu tenha uma chance de me abrigar na densa mata atrás dela.

 

-NÃO TENHO, OUTRA APRESENTADA ESCOLHA!

 

Vou semiabaixado e... devagar.

 

Mesmo no meio da meia-água,pude perceber,que a pessoa que saíra da meia-água,"em locomoção tempesta",abrira a porta da cozinha e,a fechara...;

...pois,o cachorro, não viera em meu encalço.

 

"Vou abraçar a doada sorte".

 

O mato encosta nas paredes de madeira da meia-água.

Eu quase... perdera o meu olho com um grosso galho.

Devo ter cuidado.Ir com a face virada para a parede;não de frente ao escuro mato ,como eu propusera ao meu cego-avançar!

[*Com apenas,a Lua cheia como direção e iluminação.]

 

Agora,posso acender a luz de meu celular.

Aqui...atrás da meia-água é uma escuridão sem fim.

 

Há grilos e ,seu típico grilar.

...CRI......CRI......CRI......CRI.......

 

Eu estou iluminando a parede de trás da meia-água,com meu celular,a fim de encontrar algo;

-QUALQUER,COISA.

 

NOSSA ,há um pequeno buraco aqui ,na parte de trás da meia-água.

Equivalente a meu dedo polegar.

 

Há um papel,"porcamente",tampando-o.(*o buraco)

Pode ter sido...o lugar de um cano...!

 

Vou empurrá-lo.

-MINHA NOSSA!

-Aqui é o ateliê do horror!

 

Há uma pessoa deitada em uma mesa,aparentemente de ferro.

A cabeça da "pobre mulher" está "virada para mim".

Vejo apenas a parte superior de sua cabeça.

 

Vou chamá-la!

-PSIU,-PSIU;

[...]

-HEI...

-HEI..

 

ISSO!...

...ela me OUVIRA!

 

-AQUI...,NO PEQUENO BURACO,NA ALTURA DE SUA CABEÇA!

 

...

[Com um esforço heroico,a mulher conseguira levantar sua cabeça, e girar seu perspectivo-olhar ao som emitido através de um buraco ]

 

[Na visão da mulher,na parte de dentro ,mostra  um buraco que era de um cano ---de uma desativada pia}

...

 

..."-De ponta- cabeça".,ELA ME VIRA!

-ISSO.. !

-CON-CONSEGUE FALAR?

 

Ela está com uma mordaça em sua boca.

Consigo ver este detalhe,mesmo observando-a por este pequeno buraco na madeira.(*Desobstruído por mim)

 

-NÃO SE PREOCUPE,VOU CHAMAR AJUDA!

 

AH ,NÃO!

 

"O homem "retornara ao interior da meia-água.O cachorro está com ele.

 

[AU...AU... AU... AU.. AU]

 

DROGA!

 

Ele viera fungar,bem no buraco do qual eu estou!

 

[AU...AU... AU... AU.. AU]

 

"O seu focinho está voraz".

 

Preciso ir embora daqui.

Pra onde ,agora?

Não posso voltar por onde eu viera!

 

Vou adentrar a escura mata ,atrás desta vivenda-porca e macabra.

O cachorro saíra do buraco.Parecera que ,a porta fora aberta; e agora...ele dirigiria-se a mim.

 

Com uma febril caça ,em seu âmago!

 

Preciso ir rápido,em direção á mata.

Com a luz de meu celular "como fonte de crença "e ,"um apuro,sobre-humano".

 

Vamos!vamos!

Rápido,LAMPO!

-Augusto Lampo.

Tire-se, deste desencanto noturno.

 

DOIS,ALIÁS!

 

A mata é densa e há insetos que voam...para meus olhos e boca..

 

O cachorro está vindo...!

 

---Parece estar,agora,na coleira ----,...obedecendo ao seu dono.

Acredito piamente nisto,porque ele poderia  ter me alcançado,FACILMENTE!

 

Há muitos troncos de madeira no chão.

Derrubados por raios ou sei....lá!

[...]

 

Um deles,dos troncos,"me pegara"!

 

Derrubara meu celular.

Machucara também,meu cotovelo direito..

Mesmo com o celular estando com sua luz acesa,não consigo...encontrá-lo...!

 

-DROGA!

 

-AONDE ESTÁ?

AONDE ESTÁ?

 

[AU...AU... AU... AU.. AU]

 

O maldito cachorro continua a vir.

Há uma luz,que move-se com eles.

Eles estão com um aparato iluminário,melhor do que o meu.

 

Deixa,o celular pra lá.

NÃO, HÁ TEMPO!

 

NÃO CONSIGO ENXERGAR ,NADA.

"Somente o que a Lua me dera".

[...]

Há uma luz,bem lá no fundo

[...]

 

[AU...AU... AU... AU.. AU]

 

Parece ser a de uma fábrica...ou algo assim;NÃO SEI!

Estou um pouco desorientado.

 

Frio.Sede.Medo.Preparo físico, ruim.

 

-DROGA DE BARRANCO,DO QUAL,EU NÃO VIRA!

 [...]

Batera a minha cabeça em uma pedra.

Acho que estou sangrando.Estou sentindo algo úmido em minhas mãos.

 

"Uma gosma melada"!

"Viscosa".

 

Acho que é a mistura de sangue e terra.

Minha perna,também está ferida.Consigo senti-la..."desproporcional"á outra!

 

[AU...AU... AU... AU.. AU]

 

Eles vão me pegar!

Não há,o que ser feito!

 

Tomara,que tudo seja um átimo!

Que eu não resista!

-A noite... e sua catedral dos medos.

 

[...]

[AU...AU... AU... AU.. AU]

[...]

[* Onomatopeia de inspirares caninos na face e nos ouvidos de Augusto]

 

 

Deveria...ter insistido á Olívia;de qualquer forma!

 

 

 

By Santidarko

imagem by Santidarko

  • Autor: santidarko (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de Novembro de 2022 19:29
  • Categoria: Conto
  • Visualizações: 7


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.