Poema I

Como postes de iluminação
em um cemitério,
iluminando algo tão escuro
feito corpos sem vida.
Assim se baseia
nossa medíocre existência
sem o amor
e alienados às vezes somos
em acreditar que não vale amar.

Desistimos cruelmente tão fácil
de algo tão puro
por difícil buscar diariamente
construir nosso caminho ao amor,
Distraídos em esbravejar 
que tal sentimento está extinto
ao mesmo tempo sendo corrompidos
por prazeres fáceis sem sentido
e nos tornando vazios.

Não vale de nada sorrir
em um curto tempo
para se iludir de que a vida
seja apenas um momento vago
de emoção passageira,
pois eufórica mente sorrimos
e sozinho no escuro do quarto
choramos por não conter nada
em nossa frágil carcaça. 

Vale o sorriso, satisfeito.

Vale o vício, por ser digno.

Vale respirar, 
ao se sentir realmente vivo.

Hipócrita somos certas vezes
nós sentindo inteligentes
ignorando os valores,
por ser fácil tapar os olhos
diante do amor
e reagindo desta forma
por não saber sacrificar 
o inútil que vai nos abandonar
em nossa dor. 

O amor é difícil encontrar,
mas valioso o quão satisfeito
pode lhe tornar,
pelo motivo de saber 
que até o fim de sua jornada
acompanhado vai estar
e esse é o mérito
daqueles que sabem lutar.
Orgulho é ter a certeza...

...de que ao chegar da morte,
sarcasticamente pode zombar
por ter vencido o invencível
e partir de nariz em pé,
com queixo erguido.
Sentido, vívido foi fielmente
concebido em descobrir
o verdadeiro sentido
do tão procurado caminho.

Amar é o segredo,
o sentido da vida
e com perigo, medo, triste,
porém vivo,
pois o amor cruzou em vida
seu caminho. 
Feliz quem olhou o amor
com olhos mais ricos
que olhou o escroto
momento sem valor.

Amor, amor, amor é a dor
daqueles que degustaram
o mais caliente sabor.