Nikouku

Clamor de Desespero

Primeiro, quem fui?

Cores, obras primas,

Museus organizados, limpos,

Obras da minha vida,

Por circunstâncias complexas,

Mal vividas.

 

Segundo, quem me tornei?

Museus históricos,

Momentos sublimes,

Do meu eu atual, tão errôneo,

E gigantes saudades do meu antigo eu,

Inteligente, cômico,

Bobo, feliz,

Risonho, contente,

E de carência, não indigente.

 

Terceiro, saudades...

Grandes saudades do ser limpo,

Do ser puro e colorido.

Como tuas cores sumiram?

Como seus olhos ensombraram?

Como sumiram tuas rimas?

Como quebrastes teus remos?

Teus pés?

Teu eu? 

 

Quarto, por quê?

Por que, amigo?

Por que pulsou teu sangue para fora de ti?

Tanta dor...

Tanta dor...

Teus pulsos clamam por clamor...

Teu eu...

Teu eu clama por clamor,

O teu clamor de desespero...

Desespero...

Desespero...

  • Autor: Nikouku (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de Outubro de 2022 14:14
  • Comentário do autor sobre o poema: As vezes as recordações sobre seu eu podem doer, mas por que não pô-las em palavras?
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 9

Comentários1

  • LEIDE FREITAS

    Bonito poema. Excelente reflexão.

    Bom dia e excelente semana!

    • Nikouku

      Boa tarde, e muito obrigado por pôr sua opinião na minha obra.



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