Roberto Ornelas

O Sono e o Espírito

O Sono e o Espirito

O Espírito 

O clima é o que menos importava, não faz nenhuma diferença, faça calor ou frio, pode ser uma madrugada enluarada ou chuvosa, meu passeio pelas madrugadas virou uma rotina, uma constante.

Vou a procura de respostas para minhas dúvidas e devaneios quase diários, nestas andanças pela madrugada, sem rumo, sem um porque aparente, muitas vezes encontro pessoas que fazem ou fizeram parte da minha vida, algumas são do meu dia a dia, outras nem tanto, umas até já se foram, partiram para outra dimensão...

Um Sonho estranho

Caminho por lugares diversos, alguns bonitos e reconhecidos, outros obscuros, sombrios, desconhecidos, nem sempre consigo distinguir os rostos de todas as pessoas, seus rostos ficam confusos tal o aglomerado de pessoas sem face, que se misturam e trocam de lugares como num passe de mágica, misterioso, me deixando por vezes perdido e com medo. Penso de onde vem toda essa gente, umas tristes e solitárias, outras alegres gritando, algumas indiferentes a tudo... Porque elas estão aqui e o que querem?  O que fazem?...

Meu Espírito Vagando

Alguns conversam entre si, murmurando, rindo, observando...Algumas me cumprimentam, sem me conhecerem, outras só me olham curiosas, indiferentes, ou falam rapidamente qual quer coisa.

Ás vezes nem entendo direito o que dizem e/ou lembro depois o que estavam fazendo ou disseram, porém vou seguindo meu caminho como um sonâmbulo, guiado pelo meu inconsciente fértil...

O Sono inquieto

Os lugares e as pessoas mudam, desaparece, num movimento brusco, no latido mais intenso de um cão da vizinhança na minha realidade confusa,  consciência perturbada, na buzina do carro solitário passando na rua ou uma claridade qualquer nos olhos, mais eu não consigo acordar.

Minha andança continua, não é interrompida, não sei se quero ir, ás vezes quero sair, acordar, abrir os olhos, fugir destes lugares escuros, mas não consigo, fico sem forças, é algo mais forte que me impede de correr;

Parece segurar as minhas pernas, impede meu grito, apenas sigo ou me deixo vencer pelo cansaço do sono ou destino, pela curiosidade, pelo fascínio da descoberta, seria uma ilusão, fantasia ou pura realidade sonhada?...

Quase Um Sonâmbulo

Vejo pessoas que a tempo não via, elas aparecem de repente, do nada para participar deste enredo às vezes grotesco, sem sentido, inacreditável.

Encontro atalhos que me levam a vários lugares e minha curiosidade desperta em demasia. Mas os atalhos sempre me levam até ela. Não consigo entender tamanha obsessão, seria um karma?

Nem sempre ela me vê, nem sempre conversamos, às vezes ela some, tem os atalhos dela, sempre eu a vejo nas minhas andanças pela madrugada dos sonhos, em lugares diversos, conversando pessoas diversas, fazendo coisas diversas, coisas que não gostaria que fosse real... Eu não suportaria, ainda bem que é um sonho, espero que seja, só penso, procuro não sofrer tanto.

Meu Despertar

Acordo do meu sonho confuso, das minhas andanças pela madrugada, nem sempre lembro por onde andei pela madrugada, muitas vezes é até melhor não lembrar, sei que estive em lugares que nunca estive com varias pessoas, que ás vezes nem conheço ou já morreram.

Mas ela está presente ou quase sempre está lá, nas minhas caminhadas pelo subconsciente, real ou irreal. Não encontro explicações para esses encontros sem razão, sem motivo aparente...

Hoje talvez eu relute para não dormir, não quero sair neste misterioso mundo da fantasia ao encontro dela, me pergunto.

- Por que destas andanças pelas madrugadas? Até Quando? Meu espírito vagueia pela madrugada a  procura dela, me pergunto.

Sonho insólito, quase real, quase dolorido, meu espírito vagueia pela madrugada, a  procura dele, o amor.

“O espírito não precisa de descanso, logo, dormir é uma necessidade do corpo”

Roberto Ornelas

  • Autor: Roberto Ornelas (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Outubro de 2022 08:14
  • Comentário do autor sobre o poema: Um sonho recorrente, uma obsessão carnal.
  • Categoria: Espiritual
  • Visualizações: 8
  • Usuário favorito deste poema: SANTO VANDINHO.

Comentários1

  • SANTO VANDINHO

    Reflexivo e um verdadeiro pesadelo essa andança sonhando ! "Não gosto de sonhar, gosto mais ao dormir pela manhã acordar ! " Paz e Bem Poeta !

    • Roberto Ornelas

      Obrigado, sim um pesadelo estas andanças, ás vezes muito real.



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