Sonhar triste e sem cores,

Em preto e branco,

Cores da noite e das sombras

Que povoam a noite sob o olhar da lua;

A alma dela é fluida como as sombras,

Existem sem existir sem luz,

A luz fria e branca da lua,

Revelando um caminho para trilhar meu coração

Cuja sombra assombra a minha alma

Que via na esperança do amor dela

Um arfante desejo de fugir dela,

Mas as correntes tênues lançadas por ela

Eram só de esperança,

Com elos de dor e de solidão 

E se romperam com a luz,

Não da lua,

Do brilhar dos olhos tristes dela

Mas clareavam as angustias 

De então,

Presentes dela e reais,

Moendo o amor que eu sentia por ela

Até virar pó

Que, morto, virou adubo para o solo

Onde, carregado de sombras, viu a eternidade,

Mas não foi eterno

Agora e sempre sem cor e sem vida,

Um amor em preto e branco

E nunca foi como as cores dos quadros,

Guardados nos armários da lembrança,

Cheios de bolor e emoldurados pelas mágoas

Nascidas com o adeus dela

E alimentadas pelo desamor dela

E pela indiferença dela

Que não limparam o bolor,

Então lembranças em preto e branco,

Sem a vivacidade das cores,

Igual as sombras que povoaram os sonhos,

Nunca mais sonhados.