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Entre Caneta, Papel e Respingos

Eram cerca de nove horas da noite
A chuva pingava como um alarde nas janelas do carro 
Mas eu estava lá fora, com o mundo desabando na minha cabeça, escorrendo os meus sentimentos 
E eu continuo olhando para cima, com o coração na mão, porque neste momento...tudo parece insignificante 

A essa hora, eu deveria estar cantando parabéns, comendo bolo, sorrindo com os amigos...
Hoje era o aniversário dela, mas, me desculpe
Não tive coragem de ir, não tive coragem de dizer que gostava dela...
Eu não esperava, que ela já tivesse alguém especial...

Olhei para o meu celular ensopado de pingos
"Excluir contato?" "Tem certeza?" "Não era sua pessoa especial?"
Olhe para meus olhos, o vidro do carro está embaçado
E eu estar chorando não ajuda muito, sendo despedaçado vivo...

E eu gritei, me afoguei na minha tristeza momentânea 
"Por quê? Por quê? Por quê? Você chegou atrasado, sempre estará atrasado!"
Mesmo que eu me esforce, sempre haverá alguém melhor, alguém que foi mais além 
Sentando na chuva, encostado no carro, numa poça d'água 

Pensei que talvez, talvez eu conseguisse
Pensei que encontraria, ao menos uma vez, quem eu queria
Mas quem se perdeu foi eu, quem está na chuva à essa hora no meio da estrada, sou eu
No fundo eu sei, no fundo, eu sei que ninguém é obrigado a me aceitar, mas, isso dói mais do que pensei

Hora de sair da chuva, me levantei, abrir a porta do carro, dirigi até em casa
No banheiro, o que escorreu, não foram lágrimas, foi minha própria essência 
Me diz, como te tiro da minha cabeça? Como faço esquecer que teve uma chance nossa?
Antes de desabar na minha cama, resolvi escrever algo

E a tinta que ficou no papel, parecia que era meu sangue
Porque quanto mais escrevia sobre o que sentia, mais eu sangrava
E a sangria apenas parou, quando eu completei meus versos
Quando eu fiquei feliz, ao menos, ao ver meu próprio poema....

  • Autor: Lucas F. (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de Outubro de 2022 17:59
  • Comentário do autor sobre o poema: Apenas um momento, que penso sobre algumas lembranças da minha vida pessoal
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 11

Comentários1

  • Maria dorta

    Amar,desamar, ser amadotudo faz parte do cardápio da vida. Temos que nos fortalecer quando um amor não encontra eco na outra pessoa. Quantos amores você não pôde retribuir,? E ninguém morre de amor...só os fracos. É bom juntar os cacos e prosseguir se fortalecendo na dor. Ela ensina e a Poesia também ajuda a fazer uma bela catarse! Seja forte e dê a mão em ajuda a alguém. Isso faz bem e para o pranto da auto_ comiseração. Não desperdice teu talento!



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