Pai do Céu
Pai do céu, um velho chama por você,
Sou eu, este jovem e moribundo velho,
Que cansou de achar que era único e pleno,
Viu que sem a Tua luz,
Nada mais é do que poeira diversa,
Nômade deste planeta errante.
Vejo que o pôr do sol é lindo,
Assim como é lindo o amor quando é pleno.
Só poderemos ser completos e serenos,
Quando aprendermos a amar a nós mesmos,
Como amaríamos a outrem caso pudéssemos.
Não sei ambas as formas de amar Pai querido,
Sou cego pela dor e pelo ódio que nunca acaba,
Revoltas de criança que perseguem este ancião,
Num elo que parece aumentar a cada instante.
Deixe-me ver os Teus olhos,
Tocar a Tua barba,
Beijar a Tua mão,
E brincar com o Teu sorriso.
Desejo voltar a ser como eu era,
Que ao pé da cama ajoelhava,
E em Você pensava e rezava,
Em nome da bondade das pessoas,
Pela grandeza da mãe natureza,
E para que o mundo nada mais fosse,
Do que a pura e doce paz.
Para reger os corações dos homens,
Que esqueceram de Ti assim como eu,
Viraram pedras que andam sem pensar.
Emoções contidas e frustradas,
De revoltas semelhantes às minhas.
Vivemos num mundo de ódio constante,
De tanto afirmarmos, não sabemos afirmar,
O que nós somos de fato,
E o que Você nos representa,
Esquecemos do porque que estamos aqui,
E por isso não seguimos o caminho.
Pai!
Olha nos meus olhos,
Cura essa dor que não tem fim,
Me acolha nos Teus braços,
E diga que ainda gosta de mim,
Que não desistiu de nós.
Por mais que eu esteja cansado,
Ainda tenho muito pelo que lutar,
Mas desejo combater o bom combate,
A luta certa dos homens justos,
Aqueles que enchem os vossos olhos,
Da linda e caprichosa esperança.
Quero ser um deles,
Para retornar a ser o que era,
E lhe encher de orgulho,
Por ter retornado do limbo,
Mas não sozinho,
Com muitos outros filhos,
Que assim como eu,
Estavam desgarrados da tribo.
O teu sorriso acalma e silencia,
Este coração que está em guerra,
Faz com que ele reaja e volte a cantar,
A velha canção chamada felicidade.
Não deixe de acreditar em nós Pai do céu,
Estamos perto de encontrar a resposta,
E nós vamos encontrá-la sim,
Porque acredito que ainda temos chances,
De chegar o grande dia,
De poder ver os Teus lindos olhos,
Ou pelo menos, rever os pés,
Me indica o caminho Pai,
Me indica o caminho e eu irei,
Nem perceberei,
Cantarolando andarei pelo caminho,
Pois saberei que não estarei sozinho,
Porque Você estará junto a mim.
Você, que nunca me deixou.
Mauro Verissimo
- Autor: Mauro Verissimo (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de outubro de 2022 18:20
- Comentário do autor sobre o poema: "Pai do céu, um velho chama por você, Sou eu, este jovem e moribundo velho, Que cansou de achar que era único e pleno, Viu que sem a Tua luz, Nada mais é do que poeira diversa, Nômade deste planeta errante." Mauro Verissimo
- Categoria: Religioso
- Visualizações: 9
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.