Hei de sempre amar-te desmesuradamente.

Teus beijos me envolveram nessa noite.

Não sei para onde ir sem teus passos distantes.

Que vida essa minha, sem teus abraços e abraços!

 

Anoiteceu e já começo a pensar, sentir um vazio!

As manhãs que chegam nos teus braços e teus beijos,

são meus vícios, meus desejos, alentos tantos.

Desconfio que não volto mais volta esse caos, desse vício.

 

Agora, quanto te vejo, refluir em mim meus desejos,

meus sonhos, meus pequenos erros, meus lamentos.

Nunca mais quero outros beijos, outros afagos.

Só a sutileza dos teus passos, tuas revelações e encantos.

 

Vencido, peço para que fiques nessa cumplicidade.

Não fujas, venha desarmada com tuas mãos quentes,

com teu corpo trêmulo, com teus beijos insanos.

Deixe-se ficar nessa casa, nessa cama, nesses dias.

 

Evocar-te é meu propósito, meu projeto, minha vontade.

Desnudar meus sentimentos, revelar-te nessa alcova.

Fique bem quieta! Deixe-me prescrutar teus sonhos.

O que mais dizer-te? Tantas palavras me faltam...

 

Só resta minhas inquietações, meu desamparo,

minha frágil esperança, minhas inquietações e medos.

Quero subverter essa ordem, esses teus olhares curiosos.

Entra meu amor! Entra, podes entrar sem sobressaltos!

 

Aqui terá meu porão, meus segredos, meu teto, meu afeto.

Abrigue-se nessa confusão de sentimentos e desejos.

Venha sem medo! Vamos mergulhar nesses dias e noites.

Entre loucuras, viver resgatando sonhos e cumplicidades.