Sandro Paschoal Nogueira

PALCO

Dono de quê?
Se nem dono de mim eu sou...
Sonhos confusos...
Almejando ao coração ressuscitar...
Com tão pouco tempo a pensar...

Devaneios em barcos de desejos a qual me entrego...
Só assim me reconheço...
Quando a vida com o látego me fustiga...
Finjo não ver a realidade sentida...

Na pura ausência das coisas...
Um palco: eu e a lua...
O terror de pensar no fim da peça...
Louvando por estar em cena...
Ainda...

Mas o futuro insiste e persiste...
Em rasgar as cortinas...
Escurecer as estrelas...
Devorar a noite...
Massacrar o dia...

Na arte de perder-se não há nenhum mistério...
A cada dia um pouco perdemos...
Embora, até o momento, não percebi o quanto tenha mudado...

Quem me quiser que me chame...
Ou que me toque com a mão...
Antes que a peça termine...
E só reste silêncio e escuridão...

Sandro Paschoal Nogueira 

facebook.com/conservatoria.poemas

  • Autor: Sandro Paschoal Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de Setembro de 2022 11:12
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.