Aqui lasciva a
gloriosa aventura
de permanecer atento
as coisas que aparecem
e desaparecem
numa eterna tortura.
É a Colheira dos Desaparecidos !
Aqui aparecem
pássaros,bordas de campo,
frutas esquivas,pontas
de árvores nascentes,
frestas de céu azul
por entre galhos pendentes.
Aqui também desaparecem
a rua que morei,
a mãe que não tive,
o pai que não sobreviveu,
o laço de tricô da avô,
o tio do bourbon,
de cálice toda hora,
e o calisto tio
de três mulheres
e nenhum amor !
Peço aos céus que me apare
em algum lugar.
Que seja lúcido,
e que lá estejam todos
aparecidos e desaparecidos,
e, por tal, não repare,
sou também
já o início parte da colheita
dos desaparecidos!
Estou aqui, e daqui
a minutos,
viro relógio
esquecido,
que de loucura,
não quis mais marcar o tempo !
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 19 de setembro de 2022 09:57
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
- Usuários favoritos deste poema: Shmuel
Comentários1
..."Aqui também desaparecem
a rua que morei,
a mãe que não tive,
o pai que não sobreviveu,
o laço de tricô da avô,
o tio do bourbon,"...
Simplesmente lindo!
Abraços ao poeta,
Alô Shmuel, obrigado pelas palavras. Elas nos incentiva a aprimorar nossa escrita. Obrigado e conte comigo.
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