O último poema

Voltei a escrever
Dona dos poemas era como me chamava
Tem algum tempo que emudeci
As palavras não saem

Há algum tempo tudo ficou cinza
De repente as cores fugiram
Eu acordo, levanto, trabalho
Chego em casa e me lamento
Espero a noite para dormir

Falta algo
Às vezes falta você 
Ou quase sempre
Falta algo que tinha muito de você 
É, falta você 

Tento me convencer que acabou
Pois acabou
Encaro o fato em negação ao meu convencimento
Acabou

Ainda te procuro nas lembranças
Nos planos que nunca vão se realizar
Nos bons dias
Nas palavras carinhosas dita aleatoriamente 

Eu sei que meu amor vai se perder com o tempo
O que hoje doe, um dia vai deixar de doer

Por enquanto o Adeus é difícil de sentir

Ver a infinidade sendo desfeita pela finidade cruel
Real!

Guardei este último poema na gaveta
Por que achei que não precisava escrever
Mas preciso
Preciso urgentemente
Ler em voz alta que não volta mais

Você não volta mais!

Os planos
Sonhos
Mágoas
É tudo vão ou uma sala de estar vazia

Eu que te escrevi livros de amor
Poemas de romances Shakespeariano
Tenho que deixar que te deixar no passado
Não é um último poema com ódio ou rancor

Eu preciso seguir em frente 
O mundo que construimos tem ponto final
Entre tantos
Eis o último poema que escrevo.