Esconderijo.

Victor Severo

O templo não mata a fome.

Só aprisiona o homem.

Prometendo salvação.

Não dá água de beber.

Não se preocupa em aquecer.

Em sua santa omissão.

 

A mão do templo só alcança.

Aquele que dança a dança.

De ser devoto e servil.

Mas não reparte com ninguém.

Nem com os que dizem amém.

Os bens de seu mercantil.

 

O templo embriaga e entorpece.

Com o vinho que oferece.

Quem seus erros confessar.

Mas expulsa de sua mesa.

Demite de sua empresa.

Quem ousar lhe contestar.

 

O que o templo representa...

No trono em que se assenta.

Com ares de santidade.

Qual prostituta obscena.

Que em seu teatro encena.

A farsa da castidade.

 

Liberte-se da escravidão.

Renegue a obrigação.

Que esse templo fomenta.

Fuja então enquanto é tempo.

Dessa massa sem fermento.

Que de tua alma se alimenta.

 

  • Autor: Victor Severo (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de setembro de 2022 08:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 10
Comentários +

Comentários1

  • Shmuel

    Mais que um alerta contra a injustiça social contra os soberanos em seus templos salomonicos.
    Abraços ao poeta Vitor Severo.

    • Victor Severo

      Abraço Shmuel , grato pela leitura e comentário.



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.