Casmurro

Há mais perigo em teus olhos lânguidos, mas oblíquos
Que em meus afiados antiquados injustos beijos
Teu veludo lábio é receptor de percevejos
Que o é atrito entre carnes, línguas, que narro e trincho

Tu que te conclamas testemunha dessas Hetaíras
Forçando em mim o justo avassalador "Deus do estrado"
Dizima, em dúzia de orgasmos, carinho amaciado
Extragado, as pistoleiras manhãs paliativas

No meu trabalho, perguntando-me se sou feliz
É com essa, êta, ira! Que tu nós ambos fulminou?
Exumando escudos Sistinos, e enterrando espadas

Pode me chamar a machadada do senhor Assis
Casmurro, casado com cigana, mas tu fulgor
Turva a negação que então afirma-se desenfreada