SAUDADE SUPREMA

... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol



Silêncio, tarar, ideia envolta na solidão, murmura

Nos versos sussurrantes do meu versejar sombrio

Eu, agoniado, privado, numa poética de amargura

Velo a minha angústia com cântico insosso e frio

 

De onde? quem? Essa sensação de uma clausura

E está dor, um acaso demente, um talvez doentio

Que deixa meu sabor com aquela amarga doçura

Apertando o peito, e a emoção sem o suave feitio

 

E vai a madrugada a meio, nostálgica, importuna

Nos rogos de minh’alma, e tão repleto de lacuna

Divagando falta no pesar de outrora, triste tema!

 

E eu quisera, outro ponto, nesta pontual sofrência

Na aflição de cada rima ter aquela muita existência

Na suprema ausência de uma saudade suprema! ...

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

30, julho de 2022, 03’23’ – Araguari, MG

 

Protegido por Lei de Direitos Autorais (9.610/98)

Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado

Comentários +

Comentários1

  • Maria Lucia

    A saudade versada de forma harmoniosa, quase sussurrada. Muito bonito, poeta!!!
    Abraços



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