MANDRIÃO

... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol



E, já de dia, a manhã então me pedia

Que do leito preguiçoso eu acordasse

Eu, com o corpo tardo morboso, dizia:

 

Não pode! não vês que a alvorada nasce?

O dia ainda, nuvioso, e sem luz a porta

A alma dos sonhos roga que não afastasse

 

Há! Como pode ser assim: tão fria, morta?

Mais um pouquinho só, neste sono sagrado

Que diria a preguiça, dirá que não importa?

 

Não, ela me vê, exausto, torpe, cansado

E todo pelo agasalho dos lençóis macios

Confortavelmente assim perfumado...

 

O sono, madrugada, corta com este frio

Espera! Até que está preguiça desapareça

Aconchegue-se comigo, ele está vazio

 

Sobre os travesseiros deixa-me a cabeça

Adormecido, como a pouco embalava

Espera, só um pouquinho, por que a pressa?

 

(E ela me contagiava, mandrião. E eu ficava)

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

16/07/2019, 05’55” - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

 

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Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado



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