É o cúmulo, tudo virando acúmulo.
Coisas, troços, trecos, trêns,
Consumo, dispendio, aquisição,
De posses, dotes e bens.
Come livro, filme, música e segue insatisfeito,
Engole tudo o que vê pela frente e nem mastiga direito.
Só absorve, suga e se embriaga,
Nada útil para uma vida que com o tempo se apaga.
Somos o que consumimos, violencia disfarçada de bonzinhos.
Romances utópicos, de quem vive sozinho.
Informados de tudo, sem conhecimento de nada.
Carregando malas e enchendo de coisas casas.
Mas calma, que nem tudo é ansiedade
Um remedinho pra dormir e um pra acordar,
Um no café e outro antes do jantar.
Pronto, perfeito.
Agora anestesiado de todos meus feitos, continuo a acumular.
Cada coisa em seu tempo, na sua caminhada.
Palavras ao vento do que vi na jornada, só.
De gente boa que se entrega por não suportar sua fadiga ao não querer mudar.
Agora adestrados a não sentir o peso que está ali, graças a ritalina.
Não é julgamento, só constatação.
Olhe ao seu redor, quem tem olhos pode ver.
Mais farmácia que feira, importado do que produção local, mais enlatado do que descascado, dez sapatos pra dois pés, uma tv em cada quarto, gente na rua e casas vazias, mais dívida que rendimento, vixi pesou, acumulei até versos e palavras demais ao final deste ode na busca pela liberdade.
- Autor: Viglio Schneider (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de julho de 2022 21:18
- Categoria: sociopolitico
- Visualizações: 18
Comentários1
Mas, tudo muito bem colocado neste poema _denuncia de nosso consumismo e de nossos excessos. O que sobra na casa de alguns, falta na mesa e no guarda_ roupa do outro. Sociedade de consumo desenfreada onde a cultura e educação vão ficando em recesso ,quase em desuso. Aplausos meu poeta!
Exato Maria! Captou a essência da linha poética por detrás dessas palavras. 🙂
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