O menino João
Brinca com os pés no chão
Como toda criança
Da Instituição
Joga bola, come pipoca
Mas não esquece
Seu sonho não
Seu momento de realização
É quando ele da janela
Efetiva o sonho do coração
Mas, o que vê João?
Se da janela só vejo
Paredes, o céu e prédios
Ao lado do quarteirão?
João agora é adolescente
Cheio de reflexão
Lê livros, cria histórias
De ficção
Mas João não esquece não
De passar um tempo na janela
Efetivar o sonho do coração
Mas, o que vê João?
Se da janela só vejo
Paredes, o céu e prédios
Ao lado do quarteirão?
João completou dezoito anos
É adulto
Não pode continuar não
Na Instituição
E olhar pela janela
Efetivar o sonho
Do coração
João precisa ir embora
Seguir seu caminho
Sem realização
E agora João?
- Autor: Sidneia Oliveira ( Offline)
- Publicado: 7 de junho de 2020 10:11
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema aborda a questão das crianças institucionalizadas no aguardo de adoção. Muitas se tornam adultas e o sonho de ter uma família infelizmente não acontece.
- Categoria: Sociopolítico
- Visualizações: 12
Comentários4
O sonho do João é confrontado pela bruta e desumana realidade. Sonho que vira ilusão, não é tratado como um cidadão, se tiver sucesso na vida é improvável exceção, mais real é a possibilidade do cárcere, na prisão... A sociedade precisa urgentemente mudar seus valores.
Abraço
Pertinente sua observação.
Muito obrigada pela contribuição.
Abraços
Parabéns pelo poema e a questão em si.
Eu que agradeço por você ter lido.
São reflexões que a gente faz no cotidiano.
Abraços
Profundamente belo e ácido. Obrigado
A vida de meninos e meninas institucionalizados não é nada fácil.
Obrigada pela contribuição.
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