Dona Luzinete, na feira aos domingos trabalhava.

Vendendo seus artesanatos.

Belos e bem trabalhados.

Lá tinha escultura de cobra, borboleta e gato.

As cores que misturavam-se à cerâmica.

Eram vívidas a ponto de hipnotizar até o mais leigo em artes.

Muitas pessoas passavam e olhavam suas esculturas.

Mas muitos não davam valor a mão de obra de Dona Luzinete.

"Nem ferrando que eu pago esse valor num barro",

Dona Luzinete relevava, e mantinha em seu rosto flácido, porém belo, o sorriso humilde, de quem sustenta sua família com seu talento artístico.

Mas nem sempre apareciam pessoas com comentários fúteis.

Uma vez ou outra, aparecia alguém que comprava sua arte.

Ou apenas aquela pessoa que elogiava.

(Que belo, você é muito talentosa).

Já era suficiente para incentivar Dona Luzinete a continuar a fazer o que ela amava.