Há verdades que transcendem ao homem.

Toda verdade não pode ficar contida em si mesma.

É maior que todos os sentimentos, os clamores nessa vida.

Essencial em nossos dias, essas verdades violadas, reveladas.

Essa indiferença em que vivo, se revela, me envergonha.

Momentaneamente padeço, marginalizado, ambíguo,

entre lembranças das pessoas que me cercam, nessa casa,

nas razões dessa vida, anestesiado, sem sentido, sem poesia.

Minhas verdades só constatam desamparos, desalento,

na luta cotidiana, nesses tempos de mentiras persistentes.

Nessas necessidades de novos caminhos e emoções,

buscando verdades nessa narrativa dessa vida errante!

Efêmeros devaneios cintilam meus anseios, meus desejos.

Minhas verdades se desfazem a cada dia, nessa indiferença,

contemplando o relógio que me martiriza, nessa cumplicidade.

Desconcertado com as feridas abertas nessa vida destoantes.

Impossível não odiar, nesses tempos de mentiras, de traições.

Desprezar nessa ausência de abrigos, nesses dissabores,

negar amor, diante de tantos descalabros nesses desertos,

fingir, continuamente, nessa moldura de dores estúpidas.

Essas verdades transcendem ao homem, atormentado,

torna-se inacessível, silenciosa, irracional, nesse silêncio.

É maior que o amor! Amor sedento nesse plano de mentiras.

Nessas vidas de perdas, devorando, corroendo, entre flagelos.

Impossível não lutar contra tantos desamparos e medos.

O tempo passa entre fluxos e refluxos, nessa vida tormentosa,

entre ostentações e misérias se contrapondo, espreitando,

impelindo-nos a um deserto, nossas emoções  cotidianas.

Imprecisos momentos corroendo meus sentidos, minha vida.

Tanta fome, tanta angústia, a cada dia, nesses tempos,

nesse distanciamento do homem com seus sonhos e fantasias.

Tristezas cotidianas, muito espanto nessa vida de arremedos...