NO
Meu nome é Gabriela
Sem Cravo nem Canela,
Sou mina de responsa
com a alma cheia de sequela
Sigo o caminho do bem,
Meus ancestrais eram reis!
Atotô Ajoberô, saravá Omolu
Que veio de Popô
Em meio ao patriarcado,
ainda reconheço quem sou,
No concreto poluído
de São Paulo, virei flor
Soy Frida, pero no me Kahlo
Saiba o que fala
e tenha mais cuidado!
Soy Frida, pero no me Kahlo,
Saiba o que fala
e tenha mais cuidado!
Soy Frida, pero no me Kahlo no,
Saiba o que fala
e tenha mais cuidado!
Sou descendente da negra
que não conseguiram matar
a chicotadas,
Filha dos elementos:
fogo, terra, ar e água
Abençoada pelo divino
Sou eu, quem faço meu caminho
Sem massagem ou propaganda
Não tenho medo de fascismo,
Sei lidar com demanda
Sou mina suburbana
e minha bandeira
é preta e vermelha,
São muitas heroínas,
grandes guerreiras
em que a gente se espelha,
Mulheres de luta,
mulheres de amor,
Mulheres de resistência,
mulheres também sentem dor!
Carolina de Jesus, Marina Ginesta, Ema Goldman, Audre Lorde,
Angela Davis, Nina Simone,
Elza Soares
e não podemos nos esquecer de Dandara dos Palmares!
A nossa liberdade pro cês valem quantos quilates?
São muitas, são milhares
que sofrem com a misoginia,
Que se foda seu sistema
cheio de covardia!
Aqui vos fala
mais uma "Maria Bonita"
Vim pra arregaçar,
Caatinga de nordestina
vinda diretamente, da periferia,
Quando meu nome fala
Os boys ficam loucos,
chegam gamam,
Não, não, não!
Não sou mulher dama!
Meu coração apenas a revolução ama!
- Autor: Mística (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 23 de junho de 2022 13:59
- Categoria: Carta
- Visualizações: 18
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.