Ó amor, aonde está você?
Todos te acham, namoram, abraçam…
E eu aqui dia após dia sem te conhecer.
Até à Lídia já tinha Ricardo Reis,
Mas em que lugar poderei, eu, te reconhecer?
Estou perdido, renegado e me sinto incapaz,
De um dia sequer te apreender.
Dizem que quando te encontram, ó amor, ficam logo contentes
E que quando te perdem sentem uma dor ardente.
Mas o que dizer de alguém que sequer te encontrou?
Um vazio imensurável é que causa o ardor.
Começo a achar, ó amor, que nasci incapaz.
Te achar, para mim, é simplesmente impossível
Sei que pra isso é preciso ser sagaz,
Mas para mim isso parece anormalmente inconcebível.
Admito, ó amor, que desistir não posso
E que dessa procura incessante não revogo
A resignação é sinónimo do fim,
E esse parece ter sido escolhido para mim.
A desistência seria, certamente, mais fácil.
Te encontrar no meu par é puramente inalcançável.
Mas de maneira atroz permaneço na busca,
Com a insuportável dor de quem não encontra o que procura.
Pedro Lauco
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Autor:
pedrolauco (
Offline)
- Publicado: 13 de junho de 2022 11:01
- Categoria: Amor
- Visualizações: 9
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