você tem que isso
aquilo e etecetera.
tem que ir,
tem que voltar,
tem que fazer,
tem que sair,
tem que entrar,
tem que comprar,
tem que parar de chorar.
tem que ser feliz!
você tem que isso
aquilo e etecetera.
tem que tantas coisas
de todos os lados
de todas as gentes
de todos os sentidos
em todos os tempos
bum!
escutem bem aqui,
vocês todos:
eu tenho que nada
e nada, e nada, e nada.
tenho que sequer ser eu mesmo
porque o que sou
afasta os que bem desistem
e multiplica o “tem que” dos que continuam.
este é o grito do nada!
para o nada
para nada
Comentários3
Simplesmente fantástico! O modo imperativo que a contemporânidade faz nós precisarmos de mais e mais . Parabéns !!!!
Linda poesia, Rafael. Compartilho demais do seu sentimento. Nada mais sufocante que os “tem que” que arremessam na gente.
Linda poesia, Rafael. Compartilho demais do seu sentimento. Nada mais sufocante que os “tem que” que arremessam na gente.
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