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Diário de uma mágoa

Havia um tempo que eu pensava que uma história de amor só chegava ao fim quando tinha final feliz.

Havia um tempo que eu acreditava que o verdadeiro amor se reconhecia pelo olhar.

Havia um tempo que eu esperava por uma resposta que nunca veio.

Havia um tempo que meu amor se fazia de cego, surdo e mudo para resistir às decepções.

 

Naquela tarde de domingo liguei para desejar um Feliz Dia das mães para sua mãe.

E ela me disse que agora  você é pai,  de um menino lindo e esperto.

Pensei em te parabenizar pelo nascimento do seu filho, mas não consegui.

Assim como não consegui conter as lágrimas que escorreram pelo meu rosto.

O sonho de um dia ter uma família com você havia acabado.

Os seus filhos não seriam mais nossos filhos.

 

O dia em que nos conhecemos foi mágico, lembro do brilho do seu olhar, do seu sorriso, do seu abraço, do lanche no shopping...

Quando a gente completou um mês de namoro você disse que deveríamos ter uma música.

Mas, ainda era muito cedo para escolhermos uma música.

Hoje eu escolheria uma trilha sonora repleta de canções de Marisa Monte:

Depois”, “Ainda Lembro”, “Não vá embora”, “Amor I love you”, “Beija Eu”…

 

Havia um tempo que eu amava e jurava que era amada.

Havia um tempo que por onde em andasse eu desejava te encontrar.

E os lugares por onde passeávamos insistiam em manter nossas lembranças vivas.

E a chama do amor parecia não querer se apagar.

 

Dizem que para superar uma dor devemos ressignificá-la.

Então resolvi transformar minha dor em poesia, arte e prosa.

E deste modo, seguir em frente e esquecer:

Esquecer que fui traída por quem mais amava;

Esquecer que fui incompreendida;

Esquecer que fui tão facilmente substituída;

Esquecer que passei longos anos sozinha à espera de alguém que nunca vinha.

 

Havia um tempo em que eu escutava músicas de amor…

Havia um tempo que eu tinha esperanças…

Mas, de repente passaram-se cinco anos e você não está aqui.

Havia um tempo em que você era insubstituível em meu coração.

E não havia lugar para mais ninguém em minha vida.

Havia um tempo em que eu te prendia em meu pensamento para não te perder.

Hoje deixo-vos ir.

 

Por que tu me dizias que no dia que fosses livre novamente,

Eu seria a primeira pessoa que tu procurarias?

Será que era para me consolar ou para me iludir?

Será que um dia você me amou?

E agora? Não ama mais?

Será que você sabe o que é amor?

Será que tens ideia da minha dor?

 

Como diz o poeta do amor: “ Mas não tem revolta não, eu só quero que você se encontre”

Ter saudade até que é bom (…), a esperança é um dom que eu tenho em mim.”1

1  Versos da canção de Peninha: “Sonhos”, lançada em 1977.

Autoria:  Joyce Costa

  • Autor: Joyce Costa (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de Maio de 2022 14:50
  • Comentário do autor sobre o poema: Este texto poético foi escrito para dar vazão aos sentimentos e mágoas que me sufocavam em um momento difícil da vida. Ressignifiquei a dor que sentia através da poesia e deste modo pude superar aquele acontecimento. Penso que este poema daria uma bela música, seria um sonho ouvi-lo cantado.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 9


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