Eu não posso respirar,
Floyd assim gritou.
Subjugado e humilhado.
Derek lhe ignorou.
Ele não pode respirar,
a multidão alertou.

Eu não posso respirar,
no mundo um grito ecoou.
Como último suspiro,
que um irmão sussurrou.
Jogou na nossa cara,
que ainda nada mudou.

Eu não posso respirar,
mas consigo lhe entender.
Pois a dor é universal.
Só preciso lhe acolher.
Onde existir um sofredor,
você deve defender.

Eu não posso respirar,
lá o apelo repercutiu.
Aqui morrem inocentes,
nada disso nunca se viu.
Salvo aproveitadores,
políticos e gente vil.

Eu não posso respirar,
porque aqui é diferente.
Morre gente todo dia.
Por isso sou indiferente.
Não consigo me indignar.
Quando morre bicho ou gente.

Eu não posso respirar,
esse é o plano macabro.
Banalizar nossa dor,
um indigno descalabro.
Por isso já lhe convido,
e a discussão reabro.

Eu não posso respirar,
vendo o ódio prosperar.
O racismo estrutural,
lá, aqui, e em todo lugar.
Ver a mídia sempre,
a dor comercialializar.

Eu não posso respirar,
vendo irmãos se matarem,
por questões raciais.
Ver homens se rebaixarem,
agindo como animais.
e súplicas abafarem.

Eu não posso respirar.
Ver líderes fascistas,
semear a discórdia.
Verdadeiros ativistas,
de um terror sanguinário.
Infames capitalistas.

Eu não posso respirar.
Ver séculos de evolução,
de repente desmoronar.
Voltarmos a inquisição.
Aqui como também lá.
Não aprendemos a lição.

Eu não posso respirar,
ao lembrar da criança,
morta na tenra idade.
Como ter confiança.
Agatha e tantas outras.
Mataram nossa esperança.

Eu não posso respirar,
e ver bravos policiais,
abatidos em serviço,
e outros casos fatais:
Jenifer, Kauê, Pedro.
Quem vai morrer mais?

Eu não posso respirar,
tampouco comer o pão.
Moro em casas miseráveis,
esquecidos pela nação.
Quando isso vai acabar.
Chega de humilhação.

Eu não posso respirar.
Onde vou encontrar o ar?
Onde está minha resposta?
Para quem devo apelar?
Deus, Jesus, quem será?
Você vai se indignar?

Eu preciso respirar,
meu grito vai ecoar,
por um mundo mais igual.
Ver a justiça reinar.
E um povo consciente,
finalmente se indignar.

Mais um dia se passou,
Nessa infame pandemia.
Hoje parece ontem.
Só com menos alegria.
Rogo mate politicos.
Porque falta não faria.

Fico abismado com roubos,
falcatruas e desvios.
Dessa gente sem coração.
Indecentes e sem brios.
Politico oportunista,
dá pra encher varios navios.

E as novidades que inventam.
Tudo sem comprovação.
Querem enfiar ozônio,
no fúrico da nação.
Vai de reto satanás.
Meu anel serve pra isso não.

Cloroquina e Ivermectina.
É a aposta do Capetão.
Que usa nosso dinheiro,
para agradar o seu patrão.
Que de lá do estrangeiro,
Orquestra a conspiração.

Eu e você o que vamos fazer?
Olhar tanta miseria.
Ver tanto irmão morrer.
Talvez fazer pilhéria.
Porque vou me abalar.
Não furou minha artéria.

Empatia é sentimento,
que aquece o coração.
Sentir a dor dos outros,
como a dor de um irmao.
Se ainda não foi atingido,
não lhe cabe omissão.

Essa é uma maldita guerra,
que a união vai vencer.
Precisamos da razão,
Para discernir e aprender.
Politicos querem lucrar.
Não importa quantos vão morrer.

Una-se a seus vizinhos.
Trabalhe com apreço
Não espalhe fake news,
porque senão me enfureço.
Mentira viraliza dor,
tem conhecido endereço.

Finalmente te peço,
com humilde devoção.
Seja solidário.
Aguce a percepção.
Vão tentar nos enganar,
como gado sem noção