Quando enfim morrer, não lancem meu cadáver
No fosso de um sombrio cemitério...
Odeio o mausoléu que espera o morto
Como o viajante desse mar funéreo.
Escorre o sangue como véu de noiva,
Sobre a árdua pele que açoitei,
Ferro funde com vermelho e braço tornou-se coisa...
Dor saltita em abundância, enfim comemorei.
Não permita tal prazer satisfazer somente um...
Corta-lhe outro membro, torna-o, também, comum!
Tal graça inunda minh'alma em emoção
O sofrer dessa alça aperta-me o coração,
E cada vez que o rubro emerge do profundo dos tendões,
Alegro-me em irrupção, para o prazer de morrer quase em vão.
Deus, por que sou teu filho escolhido?
Para sentir despido esse aflito?
Por que o bastardo que ama tudo igual
Não permite aos filhos essa dor carniçal?
Desprende teu ego, revela mistério,
Como animal, despedaça-o! Torna-o etéreo!
Banha-me, Cristo! Sangra o céu!
Transforma cruel tempestade em cordel!
Aflito, nego conflito aberto,
Escondo a ira, e o pulso aperto!
- Autor: O Hecatombe (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 10 de Maio de 2022 18:10
- Comentário do autor sobre o poema: Um relato.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
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