Desenho-te, amigo,
de trás dos montes, das serras,
no extenso verde dos campos,
no horizonte azul do mar.
Desenho-te, amigo,
nos rostos suados,
nas peles duras e grossas,
nos corpos dourados dos Narcisos,
no brilho dos metais que labutam na terra.
Desenho-te, amigo,
nas cores alegres das flores,
no verde solícito das florestas e plantações,
no pêlo reluzente do cavalo elegante,
na maciez fraterna dos campos de algodão.
Desenho-te, amigo,
no brilho transparente e diuturno das gotas de orvalho, na fertilidade da semente viajante dos ventos,
no calor da terra preciosa e mantenedora,
na luz que se reflete em todas as coisas e perpetua a vida.
Desenho-te, amigo,
na generosidade de tua obra,
na beleza de tua missão,
na simplicidade de teus milagres.
Desenho-te, amigo,
no brilho sedutor dos diamantes,
no cristal das águas límpidas,
no fogo intocável de teu corpo incandescente.
Desenho-te, amigo,
na manhã que chama os homens ao cotidiano,
no alaranjado dos horizontes em que morres renascendo.
Desenho-te, amigo,
na inocência sorridente das crianças,
que elas só te desenham sorrindo
com olhos alegres, sempre nascendo
numa paisagem leve, sumária, infantil.
Desenho-te, amigo,
na face indevassável de Deus
e te desenho com tanto esmero,
tanta perfeição,
que invisível te tornas
aos olhos temporais
que te vêem em todas as coisas,
mas não ousam conhecer-te em ti mesmo.
- Autor: eduardo cabette ( Offline)
- Publicado: 9 de maio de 2022 20:17
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
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