Vlad Paganini

FLOR DE SANGUE



FLOR DE SANGUE 

 

Não devo carregar comigo os atores que me feriram

Não devo carregar mágoas, ressentimentos nem arrependimentos

Carrego comigo o perdão, a aceitação

O amor em convulsão

E sigo meu caminho em paz

Na plenitude do meu coração

 

Carrego comigo uma flor de sangue

De viver tudo no instante do meu amar profundo

Que brotam e estão guardados em minha mente

A entregar na hora e na medida certa

Todos os meus desejos secretos e intensos

 

Hei de ser por toda uma vida

Verso em lira

Poesia solta que me leva e me levita

Para além do arco íris

Um jardim flor de sangue

Pulsando em todas minhas veias

E ter o doce do meu organismo

Sem remorsos de quem violou o meu coração

E o deixou ferido

 

Não devo carregar comigo

Dores de tão poucos amores

Da fraqueza da tua paixão prematura

Porque meu coração flor de sangue

Não vive sem a Arte!

Tinge o céu de púrpura

Se espraia pelas montanhas feito uma pintura

Percorrendo todas as ruas de toda uma vida

Ele é o canto à mercê da minha poesia

Que cicatrizou a minha ferida

 

Não devo carregar comigo as dores

De falsos atores que contracenaram comigo

Nem as angústias que antecederam todas as minhas noites

 

Hoje sim carrego comigo o amor

A plenitude de que sou inteiro

Que não te preciso

Mesmo naqueles instantes que vivi mais do que aflito

 

Preciso de mim, do meu frescor

Do meu amanhecer, do meu sol e do meu tranquilo anoitecer

Preciso do meu Deus que carrego comigo

Dos murmúrios do mar

Do sol, do vento, do afago e do abrigo

Que em minha flor de sangue

Rego feito um chafariz

Secando toda e qualquer cicatriz

A brindar um novo alvorecer

E a coragem intensamente de viver!    

 

Vlad Paganini

 

‘Vazias as veias que não correm sangue

O pulso que não bate, não palpita

O beijo que não se entrega, que não arde  

 

Quero a flor que em meu colo pulse ardente

Que aplaque meu desejo

Que me regue em cor púrpura

Em todas minhas partes

E que se torne vínculo

Em minha flor de sangue’

 

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

 

  • Autor: Vlad Paganini (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Maio de 2022 07:29
  • Comentário do autor sobre o poema: 'Feliz aquele que permite que a flor de sangue corra em suas veias'.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 10

Comentários1

  • Shmuel

    Adorei este fluxo viscoso poético!
    Abraços ao poeta Vlad, o Conde da poesia.

    • Vlad Paganini

      obrigado meu querido amigo poeta Shmuel, aliás já escrevi o diálogo com a sua poesia. vou postar lá no seu perfil. ok? super abraço!

      • Shmuel

        Ficou show! Já li e comentei.
        Abraços!



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