Entre Euforia e Disforia

Fonfa

 

Segui em frente

Como meu mundo

Como o ciclo do sol




Uma nova jornada

Sem sentido algum

Que leva a lugar nenhum

Um novo recomeço

Sem o sol da alvorada

Pois alto demais é o seu preço






Da’at seguiu em frente 

Igualmente

Negras paredes, opressoras

Imagens antigas

Que deveriam confortar

Mas sabem só desprezar

Fruto de sensações traidoras

Talvez não consigam me encontrar

Dentro de minha avareza

Mesmo ela repleta de beleza




Pois o mundo seguiu em frente

Como o ciclo do sol

Um assassinato do anoitecer




As imagens voam

Pelo cosmos sem fim

Soluços, eles ecoam

Resultado da ira

Sob o mar carmim

Que todo o mundo cobriria

Enquanto minha cabeça gira




Como o ciclo do sol

Um assassinato ao anoitecer

Mágoa, algo para guardar




Para recriar

E criar

Sozinho

Silente

Somente

Mágoa, algo para guardar




Recrio

Um chão familiar

Meu único apoio

Dentre ambas águas a girar

De norte à sul

Crio

Um novo lugar

Pelo bem da humanidade

Pelo bem de minha sanidade

Porque talvez não valha a pena voltar

Aos tempos de outrora para poder admirar

As estrelas e astros pelo céu azul




As sirenes recomeçam a tocar

As sirenes da solidão

Ecoando pelo ar, a girar

Invade meus tímpanos de forma cortante

Essa sirene horripilante

Berrando

Girando 

Caindo

Até que meus olhos se abram




As estrelas colapsam

A gravidade às puxa

Galáxias elas trespassam

Como uma flor murcha

Da’at, aqui ainda está

E para sempre permanecerá

Mesmo que os quatro não estejam lá




Será que me tornei Deus?

Não me importará

Perante os olhos, meus e teus

Já me alcunharam de coisa pior

Mas esse ego, agora muito maior

Traz um sorriso ao meu rosto

Esse novo lugar, largado ao relento

Já faz tanto tempo

Mas ele consegue deixar-me exposto

A minha fatalidade

À minha brutal imortalidade

Que faz minhas entranhas repuxarem

E regurgitarem

Até meus ossos não mais aguentarem




Minha mente é deixada para trás

Agora com um único propósito

Limpar-me de minha efemeridade

E daqueles abaixo de mim

Plantarei essas sementes

Para que elas possam crescer

E questionar-me

O que me tornei




Banhada pela luz do sol

É a escrava de minha enxaqueca

Que se encontra para sempre presa

Em estrelas que não mais voltarão

Ela é meu farol

Diante desta nova criação

Um assassinato do anoitecer

Mágoa, algo para ficar

  • Autor: Fonfa (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de abril de 2022 21:45
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 12


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