Jucklin Celestino Filho

MEU DOLENTE CANTO

 

Quis fazer um poema ameno

Que falasse de flores,

Que alentasse nos corações

Delicados amores;

Quis cantar, da natureza,

Todo o encanto,

A sublime beleza

Que infunde paz e tranquilidade

Ao coração da gente,

E, emocionado tanto,

Do amor, quis fazer,

O meu mais expressivo canto ,

No entanto,

Meu canto,

É pranto,

A poesia

Que encanta e extasia,

Sua fantasia

Não enche barriga vazia.

 

Meus versos líricos,

De protestos, de amor

E satiricos,

Pueris composições

De um poeta sonhador

E delirante,

Fechando às vezes

Com chave de ouro,

Ao tom de acido humor ,

Falam de beleza

E expressam todo esplendor

Da natureza,

Mas, não disfarçam a dor

Que o meu peito oprime

Ao assistir ao crime

Que todo sentimento

De bondade deplora,

Que é o pivô de toda

A infâmia que aflora

0 mundo -- a fome!

 

Meu coração freme,

De cólera treme,

Em ânsias loucas,

E meu grito

Ecoa no infinito

Da indignação:

Não almejo ouro ,

À mesa, farta alimentação,

Banquete, ostentação !

Não quero nenhum tesouro,

Se com todo meu ouro

Não puder alimentar

Tantas famintas bocas!

 
 
  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de Abril de 2022 12:16
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 18

Comentários1

  • Altofe

    Excelente poesia, caro poeta. Parabéns. Abs.



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.