PADECER

... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol



Ainda às vezes, a prosa saudosa
que outrora me foi com afeição
vem cruel tal desfolho duma rosa
macular a poética da inspiração

E, dantes a poesia tão carinhosa
que da alma era vital dedicação
agora em tom áspero, nebulosa
chora no verso cheio de solidão

Ah! esse aperto que tem a toada
de sensação dura e amargurada
põe a trova em um dano sem fim

Pois, o fado ainda bem maldoso
unta de suspiro, pondo pavoroso
o soneto a padecer junto de mim....

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24/03/2022, 15’30” – Araguari, MG

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Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado

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