É engraçado porque embora eu tenha vontade de chorar e falar certas coisas, eu aprendi a usufruir da palavra limites ainda que, eu o queira ultrapassar.
É engraçado que embora eu tente, e respeito a decisão do outro, meu peito ainda insiste em gritar, mas essa sou eu.
O amadurecimento dói, é doloroso a entrega não recíproca, é doloroso a conversa que eu queria ter agora, porque o meu imediatismo muitas vezes é o que tenho pra ofertar, mas é engraçado a forma como eu respeito a decisão do outro, apesar de.
Mas é mais foda ainda saber que eu respeito o meu limite entre não aceito, não quero, não mereço e não concordo e viver em paz com isso, ainda que o desejo da minha alma seja gritar e dizer "porra eu tô aqui por inteira, da pra valorizar?"
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O amadurecer dói, mas reconforta quando a gente tem clareza e sabe discernir o que a gente aceita e o que merece. Me recordo das vezes que aceitei pouco, e como criança recém nascida que chora pra comer, eu chorava pra alimentar algo na alma, que as vezes nem eu mesma sabia o que era.
Mais eu não sou mais criança, eu cresci. E que bom, é poder enxergar esse turbilhão de coisas, e saber que ao invés de vomitar aquilo que eu acho que deveria ser, eu vou escrever um texto, trazer pra consciência meus sentimentos, me questionar o porquê deles e claro, derramar algumas lágrimas, até porque não se pode fugir do que se é.
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Eu aprendi, ainda que por vezes Obrigada, respeitar o tempo do outro de expor seus pontos de vista, seu momento de conversar, sua confusão interna e tantas outras coisas. Mas eu aprendi principalmente a ouvir aquilo que meu coração fala, e de sentir mesmo a intensidade dos meus sentimentos.
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Eu sei que você leu a mensagem que mandei dizendo "quando puder falar da um oi", eu sei que você leu porque ainda são 00:45, e não está na cama, porque sempre dorme tarde.
Eu sei que conversar as vezes parece um saco, mas todas as vezes que cê fingi não vê aquilo que falo, eu tenho mais certeza de que não é você. Não consigo ter clareza sobre isso, se é bom ou ruim, mas a certeza que eu tenho é que não somos compatíveis na resolução do problema, porque você sempre prefere jogar pra debaixo do tapete, e eu sou a pessoa que gosta das coisas as claras.
Mas eu respeito seu tempo e ainda tô aqui, não sei até quando, nem por quanto, nem muito menos porque, mas ainda estou.
Reza a lenda que quando a gente deixa de falar sobre, estamos cada vez mais distantes.
Hoje eu calçei as sandálias, coloquei a mochila nas costas, abri a porta e segui caminhando, não sei ainda por quanto tempo sua vista ainda consegue me vê, talvez quando você se dê conta eu já esteja a léguas de distância, e ainda que queira me da uma carona de volta, eu sei que seguirei caminhando, ainda que cansada, triste, chorosa e com saudades.
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Mas aprendi que amor quando vira nó é porque já deixou de ser laço, e fita quando nasce pra ser laço não se contenta em ser barbante. Eu ainda tô aqui, não sei até quando, nem por quanto, nem muito menos porque, mas ainda estou.
- Autor: Mary Aguiar (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 6 de abril de 2022 20:37
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 16
Comentários1
Isso se chama VIDA e ainda bem que você pode extravasar seus medos,suas contradições,inquietudes e revoltas. Assim a gente aprende a melhorar e contribuir a fazer um mundo melhor. Navegue neste mar tempestuoso e vá aprende do a nadar...
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