INDAIÁS

Arlindo Nogueira

Ela andava só pelos indaiás

Num evolar-se de perfumes

Lançando espocar de lumes

A delicadeza rosácea da cor

Inflorecência cimosa da flor

Numa serena paixão de viver

Lindas pétalas ao amanhecer

Abrem felizes por seu amor  

 

Encontrei ela entre os indaiás

Senti tiritar meu ser de desejo

Desfrutar o sabor do seu beijo

Tê-la nos braços sempre amar

Sonho proibido me faz sonhar

Numa elegância da imaginação

Delicadamente no seu coração

Existem asas que passam voar

 

Por entre renques de indaiás

Ela é um sonho alado e real

Ser que encanta o emocional

Com essência de adolescente

Mas tem intelecto consciente

O seu destino é ela que pinta

A cor da alma tem a sua tinta

Ela envolve o amor da gente

 

Ela é linda é flor de indaiás

Os desígnios que o teceram

Entre caracóis esconderam

Ilusão que prefere esquecer

Ela encanta seu amanhecer

No coração fugidio e tirano

Novelar de sonhos e planos

É o amor do seu bem querer

 

  • Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de abril de 2022 17:46
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Indaiás”, por ser um termo que designa as palmeiras, conhecida como coqueiro-indaiá. Seu nome científico é Attalea dubia (Arecaceae) e habita originalmente as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil, sendo endêmica da Mata Atlântica brasileira. Meu poema fala de uma mulher elegante, que “andava só pelos indaiás”, ao ser encontrada desperta desejo de “desfrutar o sabor do seu beijo”. “Ela é um sonho alado e real”, “ela é linda é flor de indaiás”. Essa mescla da mulher comparada poeticamente com as palmeiras indaiás, tem o fito da magia e do real valor dessa planta. Sua folhagem já foi utilizada para se cobrir telhados, os índios guaranis utilizam suas fibras como cordas para seus violinos e rabecas, tocados em suas músicas tradicionais. Ainda usam como alimento não só o grande palmito (aproximadamente 1,5 metro de comprimento) que ela fornece, geralmente consumido com mel, como também uma região fibrosa do seu caule que, ao ser mastigada como a cana-de-açúcar, verte um caldo aquoso abundante com sabor muito parecido ao da água de coco.
  • Categoria: Natureza
  • Visualizações: 14


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