Quem enche a boca pra falar de transparência,
engasga com a saliva da dissimulação.
Por detrás de uma silenciosa ineficiência,
há um gatuno em profusão.
Quem arrota honestidade,
cospe o catarro da hipocrisia.
E no canto da boca escorre maldade,
salivada pela velhacaria.
Quem se faz de salvador da pátria,
torna-se um egocêntrico pirotécnico.
E rastejando tal qual uma odátria,
expele um veneno de furor mnemotécnico
Quem se sente o invulnerável,
tem vermes de intolerância.
Tem na sua algibeira insociável,
doses de suntuosa arrogância.
Quem se grassa de estar acima do bem e do mal,
entope-se fetidamente da sua própria insignificância.
Cria seguidores entorpecidos de ação descomunal,
vassalos cínicos e de monumental repugnância.
Quem avassala o trabalhador e refuga o pobre,
proporciona a si mesmo uma silenciosa autodigestão.
Perdendo o entendimento mais lógico e nobre,
de que somente o amor mantém vivo o coração.
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 2 de abril de 2022 00:08
- Comentário do autor sobre o poema: Exitei, evitei, mas acabei cedendo. Não tinha como não compartilhar esta centelha.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários1
Excelente reflexão.
Concordo plenamente.
Boa tarde, caro poeta Marcelo Veloso.
Muito obrigado, Leide. Abraços. bom dia.
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