Meu Escuro

Fantasma das Estrelas

Um fantasma, como qualquer outro

Que apenas existe, não tem destino

Apenas observa, não consegue viver

O que ele tanto observa naquele jovem casal?

O que fará o pobre fantasma?

 

Um fantasma, que se entregou as correntezas

Seu corpo beira o mar, como uma jangada

Morto como um peixe fora d'água

O que é aquilo boiando no meio do mar?

Apenas as ondas o guia, o bater dos azuis

Ele já não suporta mais existir sem rumo

O que fará o pobre fantasma?

 

Um fantasma, que já não tem mais nada

Seu interior é como as ruínas de uma colina

Ele já não se sente mais acolhido, está sozinho

Ele já não consegue tocar em mais nada

Óh pobre fantasma, que procura por caminho

O seu vazio já se tornou um abismo sem fim

O que fará o pobre fantasma?

 

Um fantasma, que já não procura mais a luz

O seu lar é a escuridão, o meu escuro

O fantasma que convive com as folhas de outono

Se sente como uma árvore sem o Sol

Seu desejo agora, é ver o nascer dos esgalhos

O que fará o pobre fantasma?

 

Um fantasma, que já não sabe o que fazer

Um fantasma, que agora odeia a luz

Um fantasma, que não quer mais nada

Um fantasma, que não existe mais.

 

Eu sou apenas um fantasma

Um fantasma, das Estrelas

  • Autor: Meu Escuro (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de Março de 2022 22:01
  • Comentário do autor sobre o poema: agora ele é uma estrela. :)
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 21

Comentários1

  • Poemas de lipe

    Bonito poema! Me identifiquei demais com esse fantasma, nota-se um sentimentalismo incrível em forma de versos, português leve e agradável. Parabéns!



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