Prelúdio dum réquiem.

Eduardo Alves de Oliveira

Minha cabeça 'tá cheia, sou impulsivo!
Sentindo mui coisas, não sei expressar.
Me sinto ocioso, nom sou mais activo,
Já não 'tô com cabeça pra me enforcar.

 

Hodiernamente vós perguntardes à mim:
Qual é a do meu contristamento, razão:
A vera é que não há, vida é triste ficção
Da qual eu quero pular logo para o fim.

 

Eu suplico, Senhor! Leva-me deste lugar.
Não careço nada neste mundo, obrigado.
Nom quero honraria, riqueza, patamar 
Quem quiser que fique aqui, estou cansado.

 

Nom sei por que estou na Terra, não sei.
Quero ir logo para o céu, com os santos
contemplar. Quero estar junto ao Rei.
Exauri-me de, aqui, ficar aos prantos.

 

As pessoas dizendo que vida é linda, bela
Eu de verdade não vejo nada disso nela.
"Árvores! Montanhas!" Vieram da poeira,
e ao pó voltarão. Que grande besteira...

  • Autor: Francisco de Morte (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de março de 2022 22:13
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 15


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.