Você senta num banco da praça,
olha pra lá olha pra cá,
vê o tempo passar...
Faz uma cara engraçada,
não concordando com nada,
achando tudo muito ruim,
dá um sorriso indiscreto,
intuindo como o mundo está indigesto,
e bem perto, bem perto do fim.
Vendo o vai e vem das pessoas,
o pensamento até voa,
e a imaginação toma conta...
Encanta com a moça que passa,
mas, fica um tanto sem graça,
sentindo o gesto de indiferença,
ri baixinho, mas, por dentro, chorando,
ao ver crianças correndo e brincando,
sem notar, sequer, sua presença.
Diante de tanta tristeza,
sente bater uma braveza,
o corpo começa a tremer...
De repente, levanta do banco,
e num rompante, num arranco,
começa a cantar alto,
sua voz sai embargada,
desmedida e desafinada,
causando susto, sobressalto.
E, nesse momento de tensão,
diante de tanta decepção,
se encolhe e retrai...
Percebe os olhares voltados pra ti,
ao invés do silêncio, o frenesi,
sente que seu tempo, ali, acabou,
então, num misto de raiva e revolta,
humilhado, com tanta chacota,
define: - o fim do mundo chegou!
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 7 de março de 2022 15:55
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
- Usuários favoritos deste poema: SANTO VANDINHO
Comentários1
Reflexiva e divertida poesia ! "Fim do Mundo ou Mundos, foi quando a Origem pensou e se explodiu em vidas (Brutas ou Não), formando esse Caos ou Confusão"
Obrigado, Santo Vandinho. Gostei da análise: "formando esse Caos ou Confusão".. Rsrsrs. Abraços.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.