JOHNNY11

A voz dos poetas



A cultura é segura
Mesmo em tempos de pandemia
Agora é a altura certa
De dar voz aos poetas

Por pouco essa bala
Não me atravessou o coração
Está na cara 
Que ela passou de raspão
Me querem derrubar
Como se eu fosse o rei do xadrez
Mas que azar
Tentem outra vez
Agora com mais força
A força de um campeão
Que tem a escola toda
Aos seus pés
De lés a lés
De uma ponta a outra!

Conheci uma chavala
Que se chamava Hortênsia
Ela usava uma capa
Para esconder a sua aparência
Dentro e fora da sala de aulas
Parece que ela tinha uma pequena deficiência
Por isso não queria dar nas vistas
Mas dava sempre que entrava no quadro de excelência
Com altas notas em todas as disciplinas
Principalmente na disciplina de frequência facultativa
Até que eu comecei a seguir-lhes as pisadas
E hoje sou um barra

Enquanto o mundo cava
A minha cova
Eu divirto-me à brava
Com a minha supernova
Passa a palavra
Se achas que ela é uma arma perigosa
Caso contrário 
Não faças caso
Aguenta-te à bomboca
Sabes como eu reajo
Quando alguém me provoca
Eu viajo além do meu ser
Injecto o veneno de cobra
E deixo a pessoa morrer

Sim, 
Ou vai ou racha
Ou vai ou racha
Na luta contra a mentira
Usa a tua voz
Essa ninguém te a tira

O que não me mata
Torna-me mais forte
É por isso que sou visto como uma ameaça
Na Musgueira norte
Porque transformo as derrotas
Em vitórias
Ora bolas
Esta devia ter ficado para a história

Lava a boca 
Antes de falares mal de mim
Cabeça oca
Que só sabe o meu nome
Não sabe o que está no resto do BI
O que se esconde por trás da máscara
Uma mente cabulosa e macabra
Capaz das maiores atrocidades
Fazer um rancho de filhos a uma cabra
E dizer que foi sem maldade
Que a culpa foi do viagra que fez efeito
Qualquer dia ainda me dá um fanico
Depois quero ver o que vai acontecer
As audiências irão subir a pico

Primeiro trava
O cigarro Marlboro
Depois cospe lava
Como o vulcão wolf
Fumar mata
Mas não fumar antes dos doze
Mata que se farta
Não sejas cortes
Toma um coche
Dá uma passa
Acompanhada de um brioche
E relaxa

Tens a faca
E o queijo na mão
Que te falta?
Faltam-me as palavras
Que no meu coração
Estão guardadas
Fechadas a sete chaves
Por muito que escaves
Não conseguirás desenterra-las
Então eu dou-te um conselho
Guarda-as para ti mesmo
Para mais tarde
Com o tempo usa-las
Contra o cobarde
Que nem imagina que a justiça tarda mas não falha

Ninguém para um poeta
Nem no fim da sua meta
Ninguém para um poeta
Nem no fim da sua meta
O poeta não tem fim
Não, não tem fim
Não tem fim, não
Não tem fim

  • Autor: JOHNNY11 (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de Março de 2022 18:50
  • Categoria: Fantástico
  • Visualizações: 24


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.